Por lei, anualmente o salário mínimo deve passar por um reajuste para evitar perdas no poder de compra dos brasileiros. A correção é feita baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que de acordo com a projeção mais recente pode atingir 10,04% este ano.
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O índice é utilizado para medir a inflação para a população que recebe até cinco salários mínimos. Ao considerar o atual cenário de constante elevação nos preços dos produtos, a estimativa teve uma alta significante em comparação ao INPC previsto no início do ano, de apenas 6,9%.
Considerando a confirmação desse percentual, o piso nacional de 2022 será o maior depois de seis anos. Em 2016, o salário mínimo foi corrigido por um índice fixado em 11,67%.
Com isso, taxa fará com o salário mínimo passe de R$ 1.100 para R$ 1.210,44 no próximo ano. Contudo, é importante lembrar que esse valor não apresenta ganho real, mas sim uma correção para não reduzir o poder de compra dos trabalhadores.
Desde o início do governo Bolsonaro, o salário mínimo não inclui ganhos reais. Isso porque, até então o reajuste era realizado acima da inflação, o que garantia um poder de comprar maior para os brasileiros. Isso significa dizer que os cidadãos conseguiam consumir mais com sua remuneração.
A alteração na metodologia ocorreu, segundo o governo, devido à falta de recursos para custear essa estrutura. Isso porque, segundo o Ministério da Economia, a cada R$ 1 acrescido, cerca de R$ 315 milhões a mais são descontados dos cofres da União.
O Governo Federal entregou ao Congresso Nacional a previsão do Orçamento Geral para 2022, no entanto, a projeção do salário mínimo não agradou os cidadãos brasileiros. Isso porque, espera-se que a inflação deste ano seja encerrada em 7,46%, porém, o reajuste previsto para o piso nacional é de apenas 6,27%.
Desta forma, o salário mínimo passaria de R$ 1.100 para R$ 1.169. A correção traria apenas uma diferença de R$ 69. Todavia, devido ao descontentamento, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos realizou uma projeção com o valor do piso nacional ideal para trabalhador brasileiro.
A conclusão do departamento incluiu um levantamento do preço da cesta básica em 17 capitais e considerou as necessidades básicas dos cidadãos. Ou seja, foi baseada no custo com alimentação, educação, moradia, saúde e transporte para uma família de dois adultos e duas crianças
Diante disso, o piso nacional ideal para manter a dignidade das famílias brasileiras seria de R$ 5,4 mil. Segundo os economistas do Departamento, é necessário rever o valor do salário mínimo, pois ele deve garantir a sobrevivência do brasileiro “com dignidade e respeitando a Constituição Federal”.
Além disso, frente ao aumento absurdo dos preços e a crise da pandemia decorrente da Covid-19, a correção mais coerente do salário mínimo se faz ainda mais necessária.
Desde 2019 o reajuste do piso nacional considera apenas o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A iniciativa garante ao menos o poder de compra dos trabalhadores. No entanto, esta metodologia torna ainda mais distante um ganho real a remuneração.
Para as famílias em situação de vulnerabilidade social, por exemplo, fica ainda mais difícil se manter diante as condições atual da economia brasileira. A alta dos preços de produtos básicos tem sido um grande desafio por parte da população carente.