A numismática, o estudo de moedas, cédulas e medalhas, é uma área de interesse que movimenta bilhões de dólares ao redor do mundo. No Brasil, mesmo com um mercado nacional pouco explorado, milhares de colecionadores e entusiastas se reúnem em exposições e feiras para apreciar e investir em moedas antigas.
De acordo com dados da plataforma “LeilõesBR”, o mercado de moedas movimentou pelo menos R$ 31 milhões em 2023. O país possui uma diversidade de numismatas, desde aqueles que veem as coleções como investimentos até os que são fascinados pela história e cultura por trás de cada moeda.
O perfil dos numismatas brasileiros é bastante diverso. Entre os colecionadores, há aqueles com maior poder aquisitivo que buscam peças raras e valiosas, mas também há quem se dedique a colecionar moedas mais simples. A Sociedade Numismática Brasileira (SNB), uma associação com 800 sócios, atrai centenas de colecionadores em eventos e exposições.
Recentemente, a SNB comemorou seu centenário em um evento realizado em São Paulo, contando com a presença de palestrantes renomados, como o coordenador do Núcleo de Artes Visuais e Acervo do Itaú Social, Edson Cruz.
Uma das exposições mais relevantes para os amantes da numismática é a “Arte no Dinheiro”, inaugurada pelo Itaú Social em dezembro. Nessa exposição permanente, o Itaú Social exibe um vasto acervo de moedas, medalhas, cédulas e selos da numismática brasileira.
O coordenador do Núcleo de Artes Visuais e Acervo do Itaú Social, Edson Cruz, destaca a importância da exposição para quem se interessa por história, conhecimentos gerais e também pelo próprio bolso. Segundo ele, é uma oportunidade única de conhecer a história do Brasil através de suas moedas.
Uma das moedas de maior interesse e valor na numismática brasileira é a chamada Peça da Coroação. Essa moeda de ouro de 6.400 réis foi cunhada em comemoração à coroação do imperador D. Pedro I. Com apenas 14 unidades conhecidas no mundo, essa moeda é avaliada em incríveis R$ 4 milhões. A história por trás dessa moeda é fascinante. Segundo Edson Cruz, a Peça da Coroação foi a primeira moeda do Brasil independente.
No entanto, a representação de Dom Pedro I na moeda, com perfil, busto nu e uma coroa de louros na cabeça, foi considerada inadequada para o momento político da época. Por esse motivo, o imperador mandou consumir a maioria das moedas produzidas, restando apenas 14 exemplares.
O fascínio das moedas antigas vai além do seu valor monetário. Para muitas pessoas, colecionar moedas é uma forma de se conectar com a história e a cultura de um país. Cada moeda conta uma história, desde o período em que foi cunhada até as figuras e símbolos representados em sua superfície.
Além disso, a numismática também desperta o interesse de investidores, que veem as moedas como ativos tangíveis e uma forma de diversificar seus investimentos.
As moedas raras têm uma característica única: sua valorização ao longo do tempo. Ao contrário do dinheiro digital, que pode sofrer desvalorização ou se tornar obsoleto, as moedas antigas podem se tornar cada vez mais valiosas.
A escassez de determinadas moedas, como a Peça da Coroação, contribui para a sua valorização no mercado. Além disso, fatores como o estado de conservação, a demanda dos colecionadores e o contexto histórico também influenciam no valor de uma moeda.
Apesar do mercado de moedas ainda ser pouco explorado no Brasil, há indícios de um crescimento significativo nos últimos anos. A plataforma “LeilõesBR” é um exemplo desse movimento, registrando um aumento no valor das vendas de moedas.
Em 2023, o mercado de moedas movimentou R$ 31 milhões, enquanto no ano anterior o valor das vendas ultrapassou a marca de R$ 33 milhões. Esses números indicam um potencial de crescimento e oportunidades para os colecionadores e investidores brasileiros.
Com o avanço da tecnologia e a popularização do dinheiro digital, muitos se perguntam sobre o futuro da numismática. No entanto, o interesse pelas moedas antigas e raras continua atraindo colecionadores e investidores. A valorização das peças, a conexão com a história e a cultura, além do prazer de colecionar, são fatores que contribuem para a longevidade desse hobby. Além disso, a numismática também se adapta às mudanças do mundo digital, com a criação de plataformas online para leilões e venda de moedas.
Ademais, a numismática é uma área fascinante que desperta o interesse de milhares de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, mesmo com um mercado ainda pouco explorado, os colecionadores encontram oportunidades para investir e se conectar com a história e a cultura do país através das moedas antigas.
A exposição “Arte no Dinheiro” e a Peça da Coroação são exemplos do valor e da importância dessas peças para a sociedade. Com o crescimento do mercado de moedas no país, é possível que mais pessoas se interessem pela numismática e descubram o prazer de colecionar e investir nesse universo fascinante.