O Brasil registrou 37,248 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de junho a agosto de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número cresceu 1,1% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 422 mil pessoas. Já na comparação com o trimestre móvel de junho a agosto de 2022, houve um crescimento de 3,5% (acréscimo de 1,3 milhão de pessoas).
Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base trimestral é um dado bastante positivo, pois mostra um crescimento na criação de vagas, algo que não aconteceu nos trimestres anteriores, quando a taxa se manteve estável nessa base comparativa.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022. Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais ficou mais expressivo, pois refletiu o fortalecimento do mercado de trabalho do país.
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 2,1% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa um acréscimo de 266 mil pessoas nessa situação. Entre os meses de junho e agosto de 2023, havia 13,2 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil.
Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
Já na comparação com o trimestre móvel de junho a agosto de 2022, a taxa ficou estável no país. Isso mostra que houve os números deste indicador caíram no início do ano, mas voltaram a crescer, retomando o patamar observado na metade de 2022.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Além disso, o IBGE informou que havia 25,4 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre junho e agosto deste ano. Esse valor ficou estável na comparação trimestral, mas caiu 2,0% em relação ao mesmo período do ano passado (menos 509 mil pessoas).
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. A taxa cresceu 2,8% em relação ao trimestre móvel anterior (acréscimo de 160 mil pessoas), mas ficou estável na comparação anual.
Na sexta-feira (29), o IBGE reportou que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,5 ponto percentual no trimestre móvel encerrado em agosto, para 7,8%. Em síntese, esse é o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando a taxa de desocupação ficou em 7,5%.
Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 1,1 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos 12 meses.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 4,6% em um ano, para R$ 2.947. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 129 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.818 um ano atrás.
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de junho a agosto de 2023. Em resumo, apenas três dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre com saldo positivo, na comparação com o anterior. Veja quais foram:
De acordo com o IBGE, os sete grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior. A propósito, os grupamentos são:
O resultado trimestral indicou estabilidade na maior parte dos grupamentos pesquisados, mas, na base anual, os resultados ficaram mais diversificados. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em quatro dos dez grupamentos pesquisados, na comparação a 2022.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até agosto:
Por outro lado, dois grupamentos fecharam vagas em um ano: de agricultura, pecuária e afins (menos 446 mil pessoas) e de construção (menos 265 mil pessoas). Já os quatro grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.