O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de março a maio de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em maio de 2022, houve um crescimento de 3,5% (acréscimo de 1,83 milhão de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números seguem positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021. Já em 2022, o cenário foi de fortalecimento da recuperação, com dados ainda mais expressivos. Por isso que o crescimento anual é um resultado positivo para o mercado de trabalho brasileiro.
Por sua vez, o número de empregados sem carteira de trabalho caiu 2,9% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa uma redução de 383 mil pessoas nessa situação.
Entre fevereiro e abril deste ano, havia 12,7 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
Já na comparação com o trimestre móvel de fevereiro a abril de 2022 a taxa ficou estável no país. Vale destacar o enfraquecimento dos números deste indicador. Isso porque, nos meses anteriores, o número de pessoas sem uma ocupação formal estava bem maior no país, superando as taxas registradas no ano anterior.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulga nesta semana.
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país no trimestre móvel encerrado em maio deste ano. Esse valor ficou estável na comparação trimestral, mas caiu 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado (menos 437 mil pessoas).
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,7 milhões no período. A taxa ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.
Nesta sexta-feira (30), o IBGE reportou que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,3 ponto percentual no trimestre móvel encerrado em maio, chegando a 8,3%. Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 1,5 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos meses.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 6,6% em um ano, para R$ 2.901. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 180 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.721 um ano atrás.
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de março a maio de 2023. Em resumo, apenas um dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o trimestre móvel anterior.
Trata-se do grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que registrou aumento de 2,5% do número de vagas criadas, o que corresponde a 429 mil pessoas.
Por outro lado, houve redução no grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-1,9%, ou menos 158 mil pessoas).
De acordo com o IBGE, os outros oito grupamentos que não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior foram:
O resultado trimestral indicou estabilidade na maior parte dos grupamentos pesquisados, e isso também aconteceu na base anual. Contudo, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em três dos dez grupamentos pesquisados.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até abril:
Por outro lado, dois grupamentos fecharam vagas em um ano: de agricultura, pecuária e afins (menos 542 mil pessoas) e de construção (menos 274 mil pessoas). Já os demais grupamentos não tiveram variações significativas em um ano.