Os brasileiros que moram de aluguel receberam uma péssima notícia nesta quarta-feira (6). De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais subiu 1,86% em agosto, na comparação com julho.
Esse é o segundo mês consecutivo de alta e reflete o encarecimento dos preços dos aluguéis no país. Aliás, os resultados sucederam dois meses de queda, e estas foram as únicas situações em que houve queda dos preços em 2023, aliviando um pouco o bolso dos brasileiros que vivem de aluguel.
Em todos os demais meses do ano, o valor do aluguel só fez subir no país, pesando cada vez mais na renda das famílias. Confira abaixo a variação registrada em todos os meses deste ano:
Com o acréscimo do resultado de agosto, o IVAR passou a acumular uma alta de 7,49% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou levemente acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até julho, de 7,37%, ou seja, os preços do aluguel aceleraram no mês passado no país, apesar de subirem em relação ao mês anterior.
Com isso, a taxa anual se aproximou um pouco mais do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019, apesar de ainda estar distante. A saber, o maior valor anual foi observado em outubro do ano passado, quando chegou a 11,56% entre novembro de 2021 e outubro de 2022.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados nesta quarta-feira (6).
Em suma, a alta do IVAR em agosto ocorreu devido a acréscimos registrados em todas as quatro cidades pesquisadas. Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
A título de comparação, os preços haviam caído em São Paulo no mês anterior, enquanto haviam subido nas outras três capitais. Já em agosto, os valores subiram em todos os locais pesquisados, apresentando aceleração das taxas em todos os locais.
Em julho, a maior variação foi registrada em Belo Horizonte, assim como ocorreu no mês anterior. Contudo, a maior variação percentual foi registrada em Porto Alegre, onde os preços subiram 1,92 ponto percentual (p.p.) em relação a julho. Em seguida, ficaram São Paulo (1,81 p.p.), Belo Horizonte (0,30 p.p.) e Rio de Janeiro (0,09 p.p.).
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que o resultado não ficou muito elevado em agosto, apesar das taxas bastante elevadas registradas em Belo Horizonte e Porto Alegre.
Com o acréscimo das variações observadas em agosto, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
Em agosto não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com Porto Alegre.
De todo modo, as quatro capitais pesquisadas pelo FGV IBRE continuam tendo um aluguel bastante caro. Assim, a renda de milhões de pessoas que moram de aluguel ainda é corroída por essa despesa. Resta aos brasileiros torcerem para a queda nos preços do aluguel.
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
A FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.