No ano em que o Plano Real completa 30 anos de lançamento, milhares de moedas que fazem parte desse sistema seguem em circulação no nosso comércio. O que nem todo mundo sabe, é que ao menos uma parte delas possui um valor numismático elevado, para além do seu valor histórico.
Três décadas depois do seu lançamento, algumas das primeiras moedas de 25 centavos lançadas pelo Banco Central (BC) começam a chamar a atenção dos colecionadores. O motivo: os valores já podem ultrapassar a marca dos R$ 2 mil.
Estamos falando, portanto, de uma simples moeda de 25 centavos que pode ser vendida por mais do que um salário mínimo. Mas afinal de contas, quando isso pode acontecer? De acordo com os numismatas, é preciso prestar bastante atenção aos detalhes para não deixar a moeda valiosa escapar.
Mas antes de mais nada, é muito importante prestar atenção nos detalhes mais comuns dessa moeda. Estamos falando das características que fazem parte de todas as peças de 25 centavos da primeira família do Plano Real. Veja abaixo:
O Plano Real foi um programa econômico iniciado em 27 de fevereiro de 1994, implementado ainda no governo do ex-presidente Itamar Franco. Entre outros pontos, o plano incluía a criação de uma nova moeda para o Brasil: o real.
Segundo economistas, o Plano Real foi a mais ampla medida econômica da história do Brasil. O principal objetivo do projeto era a controle da hiperinflação que assolava o país já há algumas décadas. Vários economistas colaboraram com o projeto, incluindo o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que viraria presidente em seguida.
Hoje, economistas concordam que o Plano Real cumpriu o seu objetivo e controlou a inflação do país, além de aumentar o poder de compra da população. Do ponto de vista da numismática, o Plano rendeu uma série de moedas raras, que seguem em circulação até hoje.
Como dito, essas simples moedas de 25 centavos da primeira família do Plano Real podem ultrapassar a marca dos R$ 2 mil. Mas isso só vai acontecer caso a sua peça tenha uma característica específica conhecida no meio da numismática como REVERSO INVERTIDO.
Para além disso, também é necessário atentar para o grau de conservação da sua peça. Em regra geral, quanto mais bem conservada estiver o seu exemplar, maior poderá ser o valor de revenda.
A boa notícia é que você não precisa ter uma moeda de 25 centavos com todas essas características para conseguir um bom dinheiro. Mesmo que a sua moeda não tenha um bom estado de conservação, por exemplo, ela já poderá valer um bom patamar caso conte com o reverso invertido apenas.
Na imagem abaixo, você poderá entender as diferenciações de valores a depender do grau de conservação e da presença ou não de erros de cunhagem. Veja abaixo:
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário sabe que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.