Economia

Novo salário mínimo ideal acaba de sair hoje 9/6

Os trabalhadores do Brasil se surpreenderam com o rendimento que deveriam ter recebido em maio. De acordo com o levantamento mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.652,09 no quinto mês de 2023.

Esse valor seria o sonho de milhões de trabalhadores do país que recebem bem menos que isso todos os meses. Em resumo, o valor projetado pelo Dieese é 5,04 vezes maior que o salário mínimo vigente no país (R$ 1.320).

Aliás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o salário mínimo para R$ 1.320 no dia 1º de maio. Esse reajuste aconteceu após muitas discussões, com a equipe econômica sendo contrária, mas a ala política apoiando o aumento. No entanto, o piso ainda está bem longe do ideal, segundo o Dieese.

Essas estimativas são importantes para mostrar as dificuldades que os trabalhadores do país enfrentam todos os meses. Em suma, a remuneração deveria ser capaz de suprir todas as necessidades básicas das famílias dos trabalhadores, englobando alimentação, saúde, educação, lazer, entre outros fatores. Entretanto, o salário mínimo do Brasil continua bem menor do que deveria.

Salário mínimo ideal x cesta básica

O Dieese divulga mensalmente uma pesquisa sobre as variações dos preços dos itens que compõem a cesta básica. A partir destes dados, a entidade calcula qual seria o salário mínimo ideal, levando em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês.

De acordo com a entidade, o salário mínimo ideal do Brasil seria aquele capaz de suprir as necessidades da população. Para definir qual seria o valor ideal para os trabalhadores do país as estimativas consideraram a cesta básica do estado de São Paulo, que foi a mais cara no mês passado.

Em síntese, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.

Aliás, desde 1938 há uma lista que define os alimentos essenciais para a sobrevivência de uma família. Essa lista é composta por 13 itens básicos e possui regulamentação devido a um decreto. Confira abaixo quais são os itens:

  1. Carne;
  2. Leite;
  3. Feijão;
  4. Arroz;
  5. Farinha;
  6. Batata;
  7. Legumes;
  8. Pão;
  9. Café;
  10. Frutas;
  11. Açúcar;
  12. Óleo;
  13. Manteiga.

Trabalhador compromete mais da metade do salário

O levantamento do Dieese considerou a cesta básica mais cara do país em fevereiro para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país. No mês passado, São Paulo teve a cesta mais cara, custando R$ 791,82. A propósito, a cesta básica ficou mais barata em 11 das 17 capitais pesquisados em maio.

A pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Assim, o valor da cesta básica correspondeu a 60% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320), ou seja, o trabalhador que recebia o piso nacional em maio, e morava em São Paulo, gastou bem mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.

Além disso, a pesquisa também mostrou o tempo médio necessário para que um trabalhador do estado de São Paulo adquirisse produtos da cesta básica. A saber, os profissionais da região precisaram trabalhar 131 horas e 58 minutos em maio para comprar os produtos.

A média nacional também ficou bastante elevada no mês passado. Contudo, o tempo a ser trabalhado no Brasil, em geral, não foi tão elevado quanto o de São Paulo, chegando a 113 horas e 19 minutos. Inclusive, esse valor ficou abaixo do estado paulista porque os demais locais pesquisados tiveram cestas básicas mais baratas.

Por falar nisso, segundo dados do Dieese, a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 553,76). Se essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país em maio, o salário mínimo deveria ter sido R$ 4.652,14, valor 30% menor que o salário estimado em relação a São Paulo, porém, ainda muito superior ao piso nacional vigente.

Por fim, em Aracaju, o trabalhador precisou trabalhar 92 horas e 17 minutos em maio para adquirir uma cesta básica. Em resumo, a pessoa que morava na capital sergipana trabalhou cerca de 40 horas a menos do que em São Paulo para comprar essa mesma cesta básica.