Em uma tentativa de regular o mercado de cartão de crédito, o CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu um novo limite para os juros que podem ser cobrados no rotativo do cartão de crédito. Essa mudança, que entra em vigor a partir de 2024, tem como objetivo aliviar a pressão financeira sobre os consumidores.
O rotativo do cartão de crédito é um recurso disponível para os usuários que não conseguem pagar a fatura completa dentro do prazo. Esse saldo não pago é cobrado no próximo mês com juros, que antes da nova regulamentação, poderiam chegar a mais de 400% ao ano.
A partir deste ano de 2024, o limite dos juros do rotativo do cartão de crédito será de no máximo 100% ao ano. Isso significa que, se um usuário deixar de pagar R$ 100 de sua fatura, ele terá que pagar no máximo R$ 105,95 no próximo mês.
Embora a nova medida possa parecer um alívio para os consumidores, alguns especialistas alertam sobre possíveis consequências indesejadas. Uma dessas consequências pode ser a diminuição da oferta de cartões de crédito pelos bancos.
A reação das instituições financeiras à nova regulamentação tem sido cautelosa. Algumas acreditam que essa medida pode não resolver o problema dos altos juros do rotativo, enquanto outras veem essa mudança como uma intervenção equivocada na economia.
Alguns especialistas acreditam que a nova regulamentação é uma ofensa à população que já sofre com a falta de recursos e conhecimento. No entanto, outros veem essa mudança como uma oportunidade para aumentar a educação financeira do brasileiro.
Além das mudanças no limite rotativo, o Banco Central também propôs novas regras para aumentar a transparência nas faturas e ações de educação financeira. Essas mudanças entrarão em vigor em 1º de julho de 2024.
Uma das novas regras propostas é a portabilidade do saldo devedor da fatura do cartão de crédito. Isso permitirá que os consumidores transfiram sua dívida de um cartão para outro, o que pode levar a condições de pagamento mais favoráveis.
As faturas de cartão agora deverão conter informações essenciais, como valor total, data de vencimento da fatura e limite total de crédito. Também deverão incluir alternativas de pagamento e informações complementares.
As instituições financeiras serão obrigadas a implementar medidas de educação financeira que contribuam para a organização e o planejamento do orçamento pessoal e familiar, a formação de poupança, a prevenção ao endividamento e ao superendividamento.
As novas medidas foram tomadas em resposta à pressão do governo por alternativas que reduzam os juros do rotativo. Com 75% do volume de compras no cartão atualmente não incidindo juros, os bancos argumentaram que isso causa distorções e está por trás dos altos juros.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) classificou as novas regras como uma “solução temporária”, afirmando que as causas dos elevados juros do rotativo não foram estruturalmente solucionadas.
É difícil prever como a nova regulamentação afetará o mercado de cartão de crédito no longo prazo. No entanto, é certo dizer que essa mudança trará novos desafios e oportunidades para os consumidores e as instituições financeiras.
A nova regulamentação do limite rotativo do cartão de crédito representa uma grande mudança para o mercado financeiro brasileiro. Embora possa trazer alívio para os consumidores no curto prazo, é necessário acompanhar de perto os possíveis impactos dessa medida no longo prazo.