Desde o dia 1º de julho, o Google Analytics foi substituído pelo Google Analytics 4 (GA4) para o processamento de dados e análises dos comportamentos de compra em ambientes online. A nova ferramenta, considerada mais avançada, conta com auxílio da inteligência artificial (IA) e machine learning, e impacta cerca de 28,1 milhões de sites. Com o GA4, a intenção do Google é integrar novos recursos e proteger a privacidade dos usuários.
Uma das principais novidades é que o GA4 depende muito menos do uso de cookies para entender comportamentos dos consumidores em um site. A ferramenta passa a utilizar aprendizagem de máquina, ou machine learning, que é capaz de indicar padrões e tendências, além de prever comportamentos dos usuários.
LEIA MAIS: O novo ChatGPT: O que significa BARD, nome do robô do Google?
Essa mudança é um avanço positivo aos olhos das áreas de compliance e das leis gerais de proteção de dados. Isso porque elas são obrigadas a ter o consentimento do internauta para a captura dos cookies.
“Estamos caminhando para um momento com menos uso de cookies na internet, e já no ano que vem teremos o fim dos cookies de terceiros. Essa atitude coloca em foco o uso de dados primários (primary data), que são os coletados diretamente nos canais da marca“, ressalta Lucas Colette, CEO e fundador da Yampi, empresa de soluções para o comércio eletrônico, e uma das primeiras a realizar a integração com o GA4.
O Google Analytics anterior era baseado em visualizações de páginas, ou seja, cada vez que a página do site carregava, o código do Google Analytics carregava junto. Já a forma de coleta do GA4 é baseada em eventos, que são as interações que o usuário executa em seu site ou aplicativo, como, por exemplo, clicar em um menu, descer a barra de rolagem da página ou realizar uma pesquisa no site.
Além disso, o Google Analytics era mais voltado e desenvolvido para sites. No entanto, atualmente, os consumidores e as empresas focam mais no desenvolvimento de aplicativos. O GA4 foi a forma do Google se adaptar para que sua ferramenta funcionasse também para apps. Colette diz que essa integração é uma das principais modificações da nova ferramenta.
Outro ponto é a priorização de dados primários, que são os que damos voluntariamente a um site, respondendo um formulário, por exemplo. Dados terciários, por sua vez, são os dados obtidos pelo rastreamento de cookies, pixels de rastreamento, entre outros – que beneficiam não somente o site em que o usuário navega.
Portanto, com essa mudança, as informações que uma empresa coletará poderão ser em menor quantidade, mas sua análise e seu valor agregado se tornarão mais assertivos.
“Com esse novo sistema de análise mais inteligente e automatizada, priorizando agora a extração de dados primários, é possível que o e-commerce aumente a eficiência de suas estratégias de marketing e otimize a conversão de vendas de maneira significativa”, pontua.
O Google Analytics 4 também apresenta novas métricas para os usuários. Uma delas são as “sessão engajadas”, que só são contadas após o usuário ficar com o site ou app aberto em primeiro plano por 10 segundos. Se ele sair antes disso, contará como uma rejeição, mas não como uma sessão engajada.
Junto a isso terão as “sessões engajadas por usuário”, que é a média de sessões que cada usuário engaja. Assim, se o mesmo ID de usuário retorna várias vezes, será possível calcular a média da contagem total de usuários engajados.
Assim, ainda se tem o tempo médio de engajamento, que é uma visão proporcionada pela integração entre a web e os apps. O tempo médio de engajamento mede o tempo que aplicativo ou site ficou em primeiro plano no navegador ou celular do usuário. Já a taxa de engajamento é a porcentagem de sessões que interagiram, lembrando que essa interação precisa passar de 10 segundos com o site ou app aberto em primeiro plano.