Os trabalhadores do Brasil receberam uma excelente notícia na última semana. De acordo com o Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), nove em cada dez reajustes salariais superaram a inflação no país em maio de 2023.
Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada viram o seu poder de compra crescer. Esse dado é muito positivo para os profissionais, que se veem aptos a aumentarem o consumo mensal graças aos reajustes acima da inflação.
Em resumo, a Fipe faz uma relação entre as negociações salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Vale destacar que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país. Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um índice tão importante para os trabalhadores.
Em 2023, o Brasil está conseguindo superar as adversidades e as projeções para a atividade econômica estão cada vez mais otimistas. As estimativas de analistas do mercado financeiro apontam uma alta de 2,24% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, taxa levemente menor que a registrada em 2022 (2,9%).
Isso mostra que a estagnação econômica, esperada para este ano, está sendo superada. Ao mesmo tempo, os reajustes salariais estão registrando resultados cada vez mais positivos para os trabalhadores do país.
Segundo o boletim Salariômetro, os resultados observados em maio de 2023 foram os seguintes:
A Fipe compara os reajustes salariais com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses, até maio. No período, o indicador oscilou 3,8% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores. No geral, os reajustes salariais ficaram 1,5 ponto percentual acima do INPC anual, promovendo ganho real para o trabalhador.
A proporção de reajustes acima da inflação em maio (91,9%) atingiu o maior nível já registrado pela série histórica do Salariômetro. A Fipe registrou proporções semelhantes apenas em janeiro de 2018, quando 91,0% das negociações superaram o INPC. À época, a inflação estava em torno de 2%, taxa quase duas vezes menor que a deste ano.
Vale destacar que, quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de bens e serviços no país, obrigando o trabalhador a modificar seus hábitos de consumo para se adequar à nova renda e aos novos preços.
Já nos casos de reajustes iguais ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra, ou seja, eles podem comprar os mesmos itens de antes, pelo menos na teoria. Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda sobe apenas o suficiente para mantê-la no mesmo nível da inflação.
No primeiro semestre de 2023, 77,05% dos reajustes salariais superaram o INPC. Em síntese, esse é o melhor resultado para o período desde 2018. Isso quer dizer que três em cada quatro negociações resultaram em ganho real para o trabalhador, que viu a sua renda crescer no país.
A saber, o reajuste mediano real dos salários superou a inflação em 0,79% entre janeiro e junho deste ano. Esse é o melhor resultado para o semestre desde 2018, quando o reajuste médio foi de 0,81%. Aliás, a Fipe ressaltou que todos os seis meses de 2023 registraram reajustes reais acima da inflação, beneficiando os trabalhadores do Brasil.
Em junho, o reajuste real mediano superou em 1,26% a inflação acumulada pelo INPC. Os dados também indicam que 87,6% das negociações salariais ficaram acima da taxa inflacionária no sexto mês do ano. Já em julho, a expectativa é que os reajustes superem a inflação em 90,4% das negociações.
Por fim, “o Salariômetro é uma iniciativa da Fipe para disponibilizar informações e análises sobre o mercado de trabalho brasileiro. Para acompanhar a negociação coletiva, transforma os textos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados no Mediador do MTP em dados quantitativos sobre 40 tipos de cláusulas”, informa a Fipe.