As mudanças nos campos nome social e sexo na Carteira de Identidade Nacional (CIN) estão em discussão pelo governo. Um grupo de trabalho foi criado para analisar as alterações necessárias, levando em consideração críticas recebidas do Ministério Público Federal (MPF) no que diz respeito aos direitos das pessoas trans e à necessidade administrativa dessas informações.
Com a revisão das regras, busca-se garantir uma CIN mais adequada, evitando violações aos direitos humanos e a exposição vexatória da população trans. O prazo máximo para a apresentação de uma minuta com as alterações propostas é de 60 dias.
O Ministério Público Federal apontou problemas nas regras atuais, em vigor desde fevereiro de 2022, que poderiam impactar negativamente os direitos das pessoas trans. Dentre as principais questões, destacam-se a inclusão do nome de registro ao lado do campo nome social e a exigência do sexo biológico na identificação.
Segundo o MPF, a presença do nome de registro na CIN invalidaria a necessidade do uso do nome social, além de expor as pessoas trans a situações vexatórias. Quanto à exigência do sexo biológico, a alegação é de que não há justificativa administrativa e que essa informação pode gerar violações aos direitos humanos de pessoas com sexo registral diferente de sua identidade e expressão de gênero.
O grupo de trabalho, criado por meio da Câmara Executiva Federal de Identificação do Cidadão, é composto por representantes de cinco ministérios, Receita Federal e do Conselho Nacional dos Diretores de Órgãos de Identificação. Eles analisarão as críticas do MPF e estudarão soluções que respeitem os direitos das pessoas trans e que estejam de acordo com as necessidades administrativas e burocráticas na emissão da Carteira de Identidade Nacional.
A Carteira de Identidade Nacional tem como objetivo substituir outras formas de identificação do cidadão, como o tradicional RG, emitido pelas secretarias estaduais. A ideia é padronizar a identificação do cidadão brasileiro de forma mais eficiente e simplificada, evitando inconsistências e duplicidades que possam causar transtornos e dificuldades aos cidadãos e aos órgãos responsáveis pela emissão desse documento.
Com as mudanças propostas para os campos nome social e sexo na CIN, o governo federal busca garantir mais respeito e representatividade à população trans.