O Ministro da Cidadania, João Roma, disse em entrevista para uma revista nesta semana, que o novo Bolsa Família vai oferecer mais “portas de saída”. Na prática, esse termo implica dizer que os usuários do programa teriam mais oportunidades de sair do projeto e deixar de receber o benefício. Pelo menos esse é o plano.
Na entrevista, João Roma criticou os Governos do PT e disse que o partido usava o programa de maneira errada. Ele falou, aliás, que teria sido por isso que o Presidente Jair Bolsonaro passou a mudar de opinião sobre o projeto. Quando candidato, Bolsonaro criticava a ideia. Agora, no entanto, ele quer subir o patamar médio de pagamentos para R$ 400.
“Queremos não apenas dar uma compensação à população vulnerável, mas também reunir portas de saída para ela crescer. Sou um liberal com olho no social”, disse o Ministro. “Criou-se um sentimento de que o usuário do Bolsa Família só quer receber o benefício e não quer trabalhar, e isso não é verdade”, completou.
“Queremos reunir portas de saída, trilhas, para o beneficiário crescer na vida, e não apenas ficar recebendo uma compensação em um momento difícil”, disse o Ministro. Ele revelou também que a grande maioria das mudanças no Bolsa Família irão acontecer no sentido de “oferecer mais oportunidades” para os usuários. Pelo menos essa é a promessa.
“As trilhas que estamos pensando incluem o governo ampliar a compra da produção agrícola de famílias. Além disso, conceder crédito consignado à população em situação de vulnerabilidade, criar mecanismos para garantir o benefício até os 21 anos para aqueles que frequentam a escola”, completou ele.
Nem todo mundo está gostando muito dessas ideia do Governo. Parlamentares de oposição estão criticando duramente essas possíveis mudanças. Muitos deles argumentam que essas alterações mostrariam que o Planalto partiria da ideia de que os usuários do programa não procuram emprego porque não querem.
“O Governo acha que o brasileiro prefere ganhar R$ 190 do Bolsa Família do que um salário mínimo de R$1,1 mil na carteira para não perder o benefício. Estudos negam. Claro. Por que Bolsonaro sempre acha que o brasileiro é alguém disposto a um esqueminha?”, questionou a Deputada Federal Jandira Feghali em sua conta oficial do Twitter.
O Governo Federal não respondeu essa crítica da parlamentar. Até porque oficialmente falando o Palácio do Planalto ainda não bateu o martelo sobre essas ideias. Pelo menos até aqui o que se tem de informação oficial é que o novo programa deve estrear ainda no próximo mês de novembro.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 14 milhões de brasileiros recebem mensalmente o novo Bolsa Família. Neste momento, no entanto, uma parte desses usuários estão recebendo o Auxílio Emergencial.
Aliás, a partir de novembro esse programa do jeito que nós conhecemos hoje deve chegar ao fim. O novo projeto deve entrar em cena justamente depois dos pagamentos do Auxílio Emergencial. Os últimos repasses desse benefício devem acontecer em outubro.
De acordo com informações de bastidores, a ideia do Governo Federal neste momento é fazer com que o programa fique maior. O Presidente Jair Bolsonaro estaria firme na ideia de aumentar tanto o valor médio do pagamento do projeto como também a quantidade de usuários do benefício.