Estudantes estimam efeitos da pandemia na população indígena brasileira

Estudantes do curso de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) fizeram uma análise para descobrir os verdadeiros efeitos às populações indígenas do Brasil durante a pandemia.

Os universitários William Turazza, Maria Fernanda Prado Rosa, Kaio Saramago Mendonça e Giulia de Assis Queiroz tiveram a ajuda do professor Stefan Vilges de Oliveira, do Departamento de Saúde Coletiva (Desco).

A pesquisa ganhou o nome de “Síndrome respiratória aguda grave em indígenas no contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil: uma análise sob a perspectiva da vigilância epidemiológica”,

A publicação do estudo ocorreu na Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, editada pela Fiocruz e apoiada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Todo o estudo se desenvolveu a partir de dados referentes ao período de 1º de janeiro a 16 de junho de 2020, obtidos do site do Ministério da Saúde.

Indígenas com SRAG e demais doenças

A pesquisa traz números relativos à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a forma grave da Covid-19 e demais doenças respiratórias. Todas elas têm em comum sintomas como dificuldade para respirar ou baixos níveis de oxigênio no sangue, o que pode levar ao óbito.

Em relação aos indígenas que apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2020, descobriu-se que houve um aumento de internações dessa população, assim como de mortes. Além disso, estimou-se um quadro gravde de coronavírus dentro dessas comunidades.

Para se ter ideia, a cada 100 doentes com a síndrome e Covid-19 confirmadas, o estudo avaliou que ocorreram 48 mortes entre os indígenas. Equivale a praticamente o dobro do valor para a população geral do Brasil, isto é: de 23 mortes a cada 100 destes casos graves.

De acordo com os estudantes pesquisadores, a pesquisa mostrou que o impacto da pandemia nestes indivíduos consiste em algo com potencial devastador.

Para eles, há que se fazer ainda mais estudos, assim como medidas de proteção à saúde do povo indígena. Segundo os estudiosos, os índios brasileiros podem também sofrer com uma derrocada de cunho histórico-cultural. Afinal, gerações mais velhas se enquadram no grupo de risco.

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