Economia

Natal: pesquisa divulga um pior resultado em 14 anos

De acordo com a especial de Natal da Sondagem do Consumidor, a intenção de compra do brasileiro para esta data registrou o menor índice dos últimos 14 anos.

O cenário produzido pela pandemia do coronavírus e a incerteza quanto ao futuro fez a intenção de compra dos brasileiros para o Natal despencarem. Foi isso que demonstrou pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

De acordo com a especial de Natal da Sondagem do Consumidor, a intenção de compra do brasileiro para esta data registrou o menor índice dos últimos 14 anos. Isso levando em consideração que a série histórica foi iniciada em 2007.  Do ano passado para agora, houve uma queda de 24,8 pontos.

 

Veja a pontuação de intenção de compras por ano:

 

Ano

Pontuação

2020 40,7
2019 65,5
2018 61,1
2017 60,3
2016 47,7
2015 44,1

 

 

Vale a pena ainda destacar que ano de 2015 e 2016 o Brasil passava por uma de suas piores recessões na história. E, mesmo assim, os índices foram maiores.

 

“Os especialistas já sabiam, pelo alto nível de desemprego, redução de fim do auxílio emergencial e pela menor injeção de dinheiro na economia por causa do 13º reduzido, que a velocidade seria menor, só não se sabia quanto”, diz o relatório.

 

Gastos também devem diminuir entre os mais ricos

 

Um total de 64,8% dos entrevistados afirmou que vão diminuir os gastos deste ano no Natal, em relação ao ano passado. O resultado foi impulsionado também por pelos mais ricos, que demonstram também precaução.

 

De acordo com os dados, um total de 74,8% das famílias que ganham até R$2,1 mil disseram que pretendem reduzir os gastos no Natal. Todavia, mais da metade dos mais ricos fizeram a mesma afirmação. Um total de 51,9% que ganham acima de R$9,6 mil declaram que devem economizar em relação ao gasto em 2019.

 

“A queda do consumo no período é resultado de uma combinação de postergação de consumo e aumento de uma poupança preventiva dada a alta incerteza. Com o aumento do número de casos, muitas famílias não irão se reunir e com isso também aproveitam para gastar menos com presentes”, afirmou ao G1, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens setoriais do Ibre/FGV.

 

Compra pela internet ou presencial?

 

A pesquisa também divulgou dados neste sentido e revelou que 41% afirmaram que pretendiam realizar as compras para o Natal em lojas físicas e outros 23,5% pela internet.

 

“O crescimento das vendas online é um aumento que vem ocorrendo ano após ano, mas a pandemia acelerou esse processo em diversas empresas e tem sido uma alternativa para enfrentar as dificuldades que o isolamento social trouxe. Então, dado esse cenário, o aumento era esperado”, afirmou para o G1, Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio do Ibre/FGV. 

Presentes mais procurados

A pesquisa também questionou os participantes quais itens pretendiam comprar e revelou dois itens principais.

Veja:

Roupas: 39%

Brinquedos: 19,8%.