Em meio ao cenário recorde de dívidas das famílias brasileiras, o Mutirão Nacional de Negociação e Orientação Financeira de março possibilitou a renegociação de 1,7 milhão de dívidas em atraso. Os informes foram realizados pelo Banco Central, na última sexta-feira (6).
A ação de renegociação de dívidas, ocorreu do dia 7 a 31 de março, foi feita em parceria com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a Secretaria Nacional do Consumidor e os Procons de todo o País. De acordo com o BC, se comparado a fevereiro de 2022, o aumento foi de 178% na procura por negociações. Em relação ao mutirão realizado em novembro de 2021, que durou 30 dias, o mesmo volume de contratos foi repactuado.
Além disso, a Serasa Experian também está se propondo a limpar os nomes e reabilitar ao crédito 3,4 milhões de pessoas em todo o Brasil. Essa alíquota representa R$ 7 bilhões em dívidas aos bancos Bradesco e Banco do Brasil. Para tal, firmou convênio com duas das maiores recuperadoras de crédito do País, a Ativo e a Ipanema.
No mutirão foram negociadas dívidas em atraso no cartão de crédito, cheque especial e outras modalidades de crédito sem a cessão de bens dados em garantia, como veículos, motocicletas e imóveis. O BC informou ainda que a nova rodada de negociação contou com a participação de mais de 160 bancos e instituições financeiras. O órgão destacou que o foco em educação financeira foi mais uma vez um diferencial da iniciativa.
De acordo com o BC, uma página exclusiva do Mutirão auxiliou o cidadão na preparação para a negociação, com informações sobre como descobrir quais são suas dívidas, utilizando o sistema Registrato do BC, quando vale a pena participar do mutirão e quanto do orçamento pode ser destinado ao pagamento de dívidas no momento da negociação, por exemplo.
A página também disponibiliza acesso à nova plataforma de educação financeira Meu Bolso em Dia, que conta com trilhas de aprendizado específicas para a população que deseja renegociar suas dívidas.
Segundo o Serasa Experian, a Ativo ficará responsável pela cobrança de dívidas no total de R$ 4 bilhões da carteira do Banco do Brasil, contraídas por 1 milhão de usuários. O valor da carteira do Bradesco, total e R$ 3 bilhões, será administrada pela Ipanema, que pretende recuperar os débitos de 2,4 milhões de devedores do banco.
De acordo com o gerente-executivo de Marketing da Serasa, Matheus Moura, a campanha já está no ar e os interessados em negociar suas dívidas podem fazê-lo pelo site ou pelo aplicativo da Serasa. De acordo com ele, um grande ponto positivo é que a oferta para renegociação das dívidas está aberta também para quem está com prestações em atraso e que ainda não teve o nome negativado.
Uma vantagem de renegociar dívidas com o Serasa, é que dependendo da empresa e do tempo da dívida, o devedor consegue descontos que vão de 70% a 90% da dívida. Entre as condições oferecidas, o cliente poderá escolher a mais adequada ao seu orçamento, a fim de não comprometer mais de 30% da renda mensal, porcentual sugerido pelos especialistas em finanças pessoais.