Em um vídeo divulgado nas redes sociais neste fim de semana, a ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, informou que o Banco do Brasil (BB) prorrogou o mutirão de negociação de dívidas que ia até o dia 17 de dezembro para o dia 30 deste mês. Nesse período, os descontos chegam a até 95%, para liquidação à vista de dívidas vencidas.
De acordo com o próprio BB, o mutirão teve início no dia 6 de dezembro e, desde então, 9 dias depois, mais de 42 mil negociações de dívidas foram realizadas, totalizando R$ 634 milhões renegociados em todo o Brasil.
O banco salienta que todos os clientes, desde pessoas físicas (PF) até produtores rurais, que estiverem com dívidas vencidas e não pagas podem buscar uma solução condizente à sua capacidade de pagamento. Estão disponíveis descontos nas taxas de juros e prazo de até 100 meses para renegociação a prazo de operações vencidas.
As condições estão disponíveis para quem tem dívidas inadimplidas provenientes de operações de crédito pessoal, cartão de crédito, cheque especial e outras. Os clientes podem acessar presencialmente as agências do banco para renegociar suas dívidas e também os canais digitais: site, app do banco e WhatsApp (61 4004-0001).
Aproximadamente três em cada dez brasileiros que renegociaram dívidas no último mês de agosto, optaram pelo parcelamento. A informação faz parte da 4ª edição do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil divulgada pela Serasa.
O estudo mensal sobre o cenário de endividamento no país e renegociações de dívidas, divulgado pela Serasa, mostra que o número de inadimplentes em agosto se mantém estável, em 62,2 milhões, o que representa cerca de 27% da população brasileira . Porém, apesar da estabilidade, já é possível perceber um aumento em relação ao começo do ano.
O montante do total somado entre todos os inadimplentes atingiu R$ 244,5 bilhões, apresentando uma média de pouco mais de R$ 3.900 por pessoa e R$ 1.171,00 por dívida. Os destaques são as dívidas com bancos e cartões de crédito (29%), seguidos por utilities (23,3%), e o comércio de varejo (13,20%).
Michael Viriato, sócio da Casa do Investidor, afirmou que assim como o Banco do Brasil, as instituições financeiras estão postergando as dívidas e tentando negociá-las cada vez mais, o que ajudou a reduzir o impacto na inadimplência.
Porém, ainda segundo Viriato, com a inflação batendo nos dois dígitos em doze meses e o desemprego acima de 14%, a tendência é que a inadimplência suba nos próximos meses.
O número de brasileiros inadimplentes é composto de quase metade por homens (49,8%) e metade por mulheres(50,2%). Porém elas se destacam no quesito de renegociar as dívidas, liderando pelo segundo mês consecutivo (53,7%).
Já no ranking por regiões, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia mantêm a liderança com mais inadimplentes. Em contrapartida também são as que apresentam o maior número de acordos fechados no Serasa Limpa Nome. Ao todo, mais de R$ 3,6 bilhões foram concedidos em descontos nos acordos realizados em agosto.
Nathalia Dirani, gerente de marketing da Serasa, explica que as empresas estão entendendo esse momento e estão oferecendo condições diferenciadas e alerta que é preciso realizar um acordo de modo que seja possível realizar o pagamento total da dívida. “Em alguns casos é possível realizar a negociação das dívidas em até 72 vezes. E, após o pagamento da primeira parcela, o nome já fica limpo”.