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Mudanças na reforma da Previdência: STF pode alterar regras para INSS e servidores públicos

STF avalia mudanças que podem impactar aposentadorias e pensões do INSS e dos servidores públicos

Publicado por
Fátima Azevedo

O cenário criado pela reforma da Previdência em 2019 trouxe uma série de mudanças para trabalhadores da iniciativa privada e também servidores públicos.

Agora, uma nova onda de atenção toma conta dos brasileiros, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa possíveis alterações nas regras, com potencial de afetar aposentadorias, pensões e o equilíbrio financeiro das contas públicas já em 2025.

Este artigo apresenta como essas possíveis decisões podem impactar a rotina de quem depende do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou integra o funcionalismo público, além de detalhar pontos centrais em disputa. Vale acompanhar cada detalhe para planejar o futuro com mais clareza.

Entenda a reforma da Previdência e o papel do STF nas mudanças recentes

Emenda Constitucional 103, promulgada em novembro de 2019, marcou uma nova era na concessão de benefícios no Brasil.

Entre os pontos centrais, destacam-se a instituição da idade mínima, a alteração no cálculo da média salarial, mudanças nas alíquotas de contribuição e regras de transição.

Porém, após intensos debates, o STF passou a analisar 13 ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) e outras demandas conexas, questionando diversos aspectos dessas normas.

Principais pontos em discussão: contribuições e exigências para aposentadoria

O STF foca, principalmente, em temas como contribuição de servidores públicos (ativos e inativos), idade mínima para mulheres, limitações na aposentadoria especial e a proibição da conversão de tempo especial em comum.

A Corte também discute o cálculo para aposentadoria por invalidez e o tempo mínimo de contribuição para funcionárias públicas, criando incertezas para quem está próximo de se aposentar.

Tempo mínimo de contribuição para mulheres no serviço público

Um destaque é o debate sobre a exigência de 20 anos de serviço para mulheres como tempo mínimo no funcionalismo. Hoje, para seguradas do INSS, o mínimo é 15 anos. A tendência do STF é igualar ambas as exigências, caso se confirme maioria favorável.

Contribuições de aposentados e pensionistas

A reforma autorizou que aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo contribuam para o regime próprio dos servidores, instaurando descontos mais elevados para salários altos.

Especialistas, como Leonardo Rolim, apontam que extinguir essa cobrança prejudicaria o equilíbrio financeiro de estados e municípios, podendo gerar perdas bilionárias anuais, como já demonstram estudos para São Paulo.

Entenda os principais pontos em discussão no STF sobre contribuições previdenciárias e regras de aposentadoria para INSS e servidores. Imagem: STF

Impactos fiscais: riscos para estados e municípios caso contribuições sejam modificadas

Estudos indicam que, mesmo com endurecimento das regras, o déficit atuarial dos regimes próprios dos municípios brasileiros já alcança R$ 1,1 trilhão em 2024. Uma decisão do STF que flexibilize contribuições pode ampliar este rombo, causando instabilidade e obrigando os entes a buscar novas fontes de financiamento.

Segundo Paulo Tafner, pesquisador do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social, eventual devolução de valores já recolhidos aos servidores pode ser classificada como “hecatombe fiscal” (devastação financeira).

Novo cálculo para aposentadoria por invalidez

O Supremo também discute mudanças no cálculo de benefícios por incapacidade permanente. Desde 2019, o valor da aposentadoria foi fixado em 60% da média salarial, acrescido de 2% por ano de contribuição extra.

Advogados previdenciários criticam o fato de quem se aposenta por doença grave receber menos que quem fica afastado temporariamente por auxílio-doença, o que levanta questionamentos sobre equidade e proteção social.

Exemplo prático de desigualdade no cálculo

Um trabalhador acidentado pode receber até 91% do benefício, enquanto quem sofre com doença grave tem direito a apenas 60%. Essa distorção preocupa juristas, pois desestimula a concessão de aposentadorias justas em situações delicadas.

Regras para aposentadoria especial: insalubridade em debate

Mudanças com a reforma atingiram quem trabalha sob condições nocivas à saúde. Agora, exige-se idade mínima de 55, 58 ou 60 anos, dependendo do grau de exposição, e se proibiu a conversão do tempo especial para comum. A crítica principal é o dano a trabalhadores que, por exemplo, não atingirem 25 anos de tempo especial, perdem o benefício de reconhecimento pelas condições insalubres.

Desigualdade entre homens e mulheres na aposentadoria especial

O STF já sinalizou que aumentar a idade mínima para mulheres policiais em relação aos homens fere princípios constitucionais.

Especialistas defendem que não deve haver tratamento desigual para mulheres em ambientes prejudiciais à saúde, ressaltando que somente 0,24% das concessões de benefícios previdenciários envolvem aposentadoria especial, refutando o argumento de grande impacto financeiro.

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