Nesta quinta-feira (23), o ministro Sergio Moro (Justiça) pediu demissão a Jair Bolsonaro ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.
Em reunião, o presidente informou o ministro que a mudança na PF deve ocorrer nos próximos dias. Moro, então, pediu demissão do cargo, usando como alegação que não tem como permanecer com a saída de Valeixo, escolhido por ele para dirigir a PF. Agora, Bolsonaro tenta reverter à decisão do ex-juiz federal, em meio à crise do coronavírus.
Segundo informações dos aliados do ministro, se Valeixo sair, Moro sairá junto. Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram convocados para convencer o ministro a recuar da decisão.
A assessoria do Ministério da Justiça diz que “não confirma” o pedido de demissão.
O atual diretor-geral da PF é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Porém, desde o ano passado, o presidente Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.
Segundo o Datafolha, Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente. Uma pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avaliam como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideram regular, e 21% ruim/péssima. Enquanto Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.