A numismática, o estudo e coleção de moedas e notas, é um passatempo que une história, arte e valor monetário. Dentro desse universo, algumas moedas se destacam por suas características únicas. Uma dessas peças é a famosa moeda da igrejinha de 20 cruzeiros, cunhada em 1981. Essa moeda não apenas encanta por sua beleza, mas também desperta curiosidade sobre sua origem e o contexto em que foi criada.
É fundamental compreender o contexto em que o cruzeiro, a moeda que a precedeu, foi introduzido no Brasil. O cruzeiro nasceu em um período de transição econômica, sendo adotado em 1942 para substituir o antigo padrão monetário do país, o mil-réis.
A mudança para o cruzeiro foi motivada por uma série de fatores, como a necessidade de simplificar o sistema monetário e combater a inflação que assolava o país naquela época. Essa reforma representou um esforço para estabilizar a economia brasileira e facilitar as transações financeiras.
Décadas após sua introdução, o cruzeiro passou por diversas reformas e ajustes, até ser eventualmente substituído pelo cruzado em 1986, em uma tentativa de controlar a inflação e estabilizar a economia. No entanto, antes dessa transição, uma moeda em particular se destacou e cativou a atenção de colecionadores e curiosos: a moeda de 20 cruzeiros de 1981.
Essa moeda, cunhada na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, possui um diâmetro de 26 milímetros e pesa 6,33 gramas. Ela é confeccionada em aço inoxidável e apresenta uma borda lisa. Sua tiragem foi de aproximadamente 88 milhões de unidades, o que a torna relativamente comum, mas não menos fascinante.
O que torna a moeda de 20 cruzeiros de 1981 tão especial é o desenho em seu anverso, que retrata a Igreja de São Francisco de Assis, localizada na cidade histórica de São João del Rey, em Minas Gerais. Essa igreja, construída no período colonial, é conhecida por abrigar obras do famoso mestre Aleijadinho, um dos mais importantes artistas do barroco brasileiro.
O reverso da moeda apresenta o valor de face sobre um fundo de linhas onduladas, acompanhado do dístico “CRUZEIROS” e da data de cunhagem. Também é perceptível o emblema do Banco Central e um zimbo (concha), que serviu como meio de troca no Brasil Colonial.
A fabricação de moedas é um procedimento minucioso, composto por diversas fases. Primeiramente, o metal é derretido e cortado em discos com o tamanho apropriado para cada nome. Depois, esses discos são divididos em blanks, que representam as formas fundamentais das moedas.
Em seguida, as moedas são cunhadas com as imagens e inscrições particulares de cada uma, usando prensas de alta pressão. Depois de cunhadas, as moedas são submetidas a um processo de polimento e inspeção para assegurar a sua qualidade.
Finalmente, são acondicionadas e distribuídas para circulação. Este procedimento assegura que cada moeda seja uma autêntica criação artística, tal como a moeda da igrejinha.
Embora a moeda de 20 cruzeiros de 1981 tenha tido ampla produção, seu valor para colecionadores pode variar de acordo com seu estado de conservação. Aquelas classificadas como “Muito Bem Conservadas” (MBC) podem ser vendidas por cerca de R$ 0,50, enquanto exemplares em condição “Soberba” podem alcançar valores de até R$ 1,50.
No entanto, as moedas classificadas como Flor de Cunho, ou seja, aquelas que foram recém-cunhadas e não circularam, podem atingir valores surpreendentes, chegando a R$ 10 ou mais, dependendo do interesse de colecionadores e da raridade.
Na numismática, esses itens vão além de meros itens monetários, representando também a história, a cultura e a arte de um país.
Colecionadores e entusiastas da numismática dedicam-se a estudar e preservar essas moedas, compartilhando seu conhecimento e paixão por esses pequenos tesouros. Cada moeda, com seu design único e sua história, é um registro de momentos marcantes na trajetória de um país.