No Brasil, o universo da numismática passou a crescer de maneira significativa nos últimos tempos. As pessoas estão mostrando mais interesse por moedas raras, e o aumento de conteúdo na internet sobre o tema é um indício da sua popularização em vários locais do país.
Aliás, o estudo de cédulas, moedas e medalhas sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico recebe o nome de numismática, termo que também é utilizado para designar o ato de colecionar estes itens.
Para a população, o valor facial de cada moeda define o quanto ela vale no país. Contudo, no universo da numismática, os valores monetários que cada item possui não é um fator tão importante assim, e nem sempre definem exatamente quanto cada peça custa.
Esse é o caso de uma moeda de 25 centavos, cujo valor é exatamente esse para quase todas as pessoas do Brasil. Entretanto, para os numismatas, a peça pode valer até R$ 500, caso possua as peculiaridades que dificultem a sua aquisição.
O termo raro é o oposto a comum, abundante, e designa algo que não se vê com frequência, que não é abundante e que poucas vezes se encontra. Já o termo comum se refere a algo que apresenta características compartilhadas pela maioria, algo habitual.
Embora haja uma dicotomia entre as palavras citadas, isso não acontece em todo o espectro. Por isso que uma moeda comum de 25 centavos se tornou rara no país, mesmo possuindo características semelhantes a várias outras peças.
Na verdade, a moeda abordada neste texto é considerada comum, pois não apresenta falhas de fabricação. Essa é a principal característica de valorização de um modelo no país, uma vez que os erros de cunhagem ocorrem em uma quantidade muito pequena de itens.
Ainda assim, existem outras características, como antiguidade e baixa tiragem, que tornam a moeda bem mais valiosa do que ela é. Da mesma forma, itens produzidos para datas ou eventos comemorativos, com baixa tiragem ou com poucas unidades em circulação no país também podem se tornar muito valiosos.
Todos os anos, a Casa da Moeda fabrica milhões de unidades de 25 centavos. Em 2014, houve a produção de quase 40 milhões de unidades no país. Essa é a quarta menor tiragem para moedas de 25 centavos da segunda família do real, fabricadas a partir de 1998.
Confira abaixo as menores tiragens anuais para este modelo:
A saber, todas as demais produções anuais superaram a marca de 100 milhões de unidades. Isso mostra que a quantidade de moedas de 25 centavos produzidas em 2014 foi muito pequena, quando comparada às demais fabricações anuais.
E é justamente uma moeda de 25 centavos de 2014 que está valendo até R$ 500 no país, a depender do seu estado de conservação. Aliás, saiba mais sobre o tema abaixo.
Em síntese, as moedas recebem algumas classificações quanto ao seu estado de conservação. O primeiro termo se chama flor de cunho (FDC), que se refere aos exemplares que não circularam, ou seja, não apresentam qualquer sinal de desgaste ou manuseio. Em outras palavras, são moedas que não possuem marcas e estão em perfeito estado de conservação. Estes são os modelos que valem mais.
Por sua vez, o estado de soberba (SOB) se refere às moedas que apresentam, aproximadamente, 90% dos detalhes da cunhagem original. Em síntese, os exemplares que tiveram uma pequena circulação se enquadram neste segmento.
Já a moeda muito bem conservada (MBC) se caracteriza por ter mais sinais de manuseio e uso. Os itens devem apresentar, aproximadamente, 70% dos detalhes da cunhagem original. Além disso, o seu nível de desgaste deve ser homogêneo, sem ter um local bem mais desgastado que outro.
Ainda existe um estado de conservação chamado Flor de Cunho Excepcional (FDCe). Nesse caso, a moeda se refere a uma exceção, sendo considerada o modelo perfeito, sem qualquer defeito de cunho e marcas de contato, e com todo o brilho original. Essas peças são muito raras e, por isso, seu valor é bem maior que os demais estados de conservação.
Os especialistas afirmam que o melhor é manter a moeda conservada em algum saquinho plástico ou papel filme para que ela mantenha as suas formas originais. Dessa forma, evita-se fricção entre itens, algo que pode danificá-los e reduzir seu valor.
Isso pode ser feito com outros modelos, além das moedas que já são raras, pois eles podem se valorizar com o passar do tempo. Portanto, fique atento para não deixar de ganhar uma bolada devido ao pouco cuidado com as moedas.
Por fim, os interessados em vender seus exemplares podem entrar em sites especializados, ou em sites de e-commerce, como Shopee, Mercado Livre e similares. Existem muitos colecionadores dispostos a pagar caro para terem modelos raros, e essa é uma chance para ganhar um dinheiro extra sem fazer muito esforço.