Embora usem a mesma tecnologia de mRNA mensageiro para estimular as defesas do corpo contra a Covid-19, as vacinas da Moderna e Pfizer/Biontech possuem muitas diferenças entre si, o que afeta diretamente a logística de distribuição e abastecimento ao redor do mundo.
Neste quesito, a vacina da Pfizer/Biontech é a que mais demanda condições especiais. Suas doses devem ser armazenadas a menos 80°C, dificultando a distribuição em locais que não contam com freezers potentes e toda infraestrutura energética de países do primeiro mundo.
Para contornar a situação, a empresa desenvolveu uma embalagem especial de transporte em gelo seco, onde as doses podem permanecer por até 30 dias desde que seja feito o refil do gelo seco. Após descongelada, a vacina pode ser guardada na geladeira por 5 dias.
Já a vacina da Moderna precisa ser armazenada a menos 20°C exigindo apenas um freezer comum. Além disso, as doses podem ser mantidas entre 2°C e 8°C por até 30 dias e duram 12h em temperatura ambiente. Dessa forma, basta o posto de vacinação ter uma geladeira para estar apto a utilizar a vacina da Moderna.
Enquanto a vacina da Moderna visa a proteção de maiores de 18 anos, a Pfizer/Biontech é recomendada para pessoas acima de 16 anos. Ambas as empresas já efetuam testes em adolescentes entre 12 e 17 anos. A diferença é que tais testes começaram a ser realizados pela Pfizer/Biontech em outubro e a Moderna começou em dezembro.
Um dos principais assuntos durante as primeiras semanas de aplicação da vacina da Pfizer nos EUA e no Reino Unido foi a reação alérgica sofrida por algumas pessoas. Ao contrário da Moderna, a Pfizer/Biontech excluiu alérgicos dos testes de fase 3. No entanto, nem por isso as reações alérgicas são exclusividade da vacina da Pfizer. Após iniciado o uso da vacina da Moderna nos EUA, algumas pessoas tiveram reações.
Os casos de anafilaxia são raros quando comparados ao número de pessoas vacinadas, mas chamaram atenção dos órgãos reguladores, que passaram a orientar pessoas com histórico de alergia grave a não tomarem as vacinas das duas fabricantes. Dos cerca de 1,9 milhões de vacinados nos EUA na primeira semana, apenas 21 apresentaram reações. Vale ressaltar que todos foram atendidos prontamente e passam bem.
As duas vacinas foram desenvolvidas e testadas para atingirem o potencial máximo de proteção com duas doses. A primeira serve para preparar o sistema imunológico, e a segunda impulsiona a resposta e mantém o organismo em estado de atenção contra possíveis invasores como o vírus Sars-Cov-2 causador da Covid-19. A diferença é que a Pfizer/Biontech recomenda intervalo de 21 dias entre as doses, enquanto a Moderna pede 28 dias.
Como a oferta de vacinas disponíveis ainda é baixa, autoridades médicas e governos têm falado sobre a possibilidade de aumentar o intervalo entre as doses para alguns meses, visando vacinar o máximo de pessoas possível com as doses entregues pelas empresas.