O Ministro da Cidadania, João Roma, voltou a falar nesta segunda-feira (12) sobre o Auxílio Emergencial. Em entrevista para o Portal A Tarde, Roma voltou a dizer que o valor do Auxílio Emergencial “não é o ideal”. Mas atenuou as críticas e disse que o valor seria pelo menos “um alento”.
“O auxílio emergencial é um alento para essa população que tem sofrido, porque se todos sofrem na pandemia, nós sabemos que existem brasileiros que estão sofrendo muito mais”, disse o Ministro atenuando as críticas ao valor do novo benefício.
De acordo com as informações do próprio Ministério da Cidadania, os valores do Auxílio Emergencial neste ano variam entre R$ 150 e R$ 375. Mesmo com esse valor mais alto, é impossível comprar uma cesta básica nas principais cidades do país. No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, o valor da cesta costuma ultrapassar os R$ 600 com facilidade.
“O valor do auxílio não é o ideal, mas faz toda a diferença para quem precisa. Sabemos que o valor jamais irá recompensar todas as perdas e todas as dificuldades por que passa a nossa população. Mas, sem dúvida alguma, esse recurso faz toda a diferença”, disse ele na entrevista.
O Ministro ainda saiu em defesa do Governo do Presidente Jair Bolsonaro. Entre outras coisa, Roma disse que Bolsonaro está fazendo um bom trabalho quando o assunto é a política de transferência de renda. Ele disse que o Bolsa Família, por exemplo, é um “sucesso” nas mãos de Bolsonaro.
Nesta mesma entrevista, João Roma resolveu criticar as pessoas que estão pedindo para que o valor do Auxílio suba para R$ 600. Este foi o valor que o Governo Federal pagou durante o Auxílio Emergencial do ano passado. Recentemente, o próprio PCdoB decidiu entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir esse aumento.
“Não adianta buscar soluções que não estejam adequadas à estrutura e que o Estado não consiga suportar. Recentemente, o Congresso Nacional deu exemplo inclusive de muita serenidade, de cooperação e de responsabilidade em relação à política fiscal”, disse o Ministro sobre esses pedidos de aumento.
Ao falar em “responsabilidade do Congresso” ele provavelmente está falando da aprovação da polêmica PEC Emergencial. Foi justamente essa PEC que acabou possibilitando a liberação do Auxílio. Críticos dizem que essa PEC corta direitos de servidores públicos. O Governo nega.
Como o jornal A Tarde é de Salvador, João Roma teve que responder diversas perguntas sobre o seu interesse político no estado da Bahia. Ele negou veementemente a ideia de que poderia estar usando a campanha do Auxílio Emergencial como vitrine para uma candidatura bolsonarista para o Governo do estado em 2022.
O que se sabe mesmo é que Bolsonaro colocou João Roma nesse cargo após muita pressão do grupo político conhecido como Centrão. Como se sabe, o Centrão apoiou os candidatos de Bolsonaro nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado Federal.
Agora, de acordo com especialistas políticos, a conta chegou. Quando o Centrão exigiu esse Ministério, Bolsonaro tinha Onyx Lorenzoni ocupando esse cargo. Lorenzoni teve que deixar a cadeira no exato momento em que trabalhava na reformulação do programa Bolsa Família.