O Ministro da Educação Milton Ribeiro concedeu entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira, 17, e trouxe à tona assuntos atuais, como a volta às aulas em plena pandemia de Covid-19.
Um mês à frente do MEC, Ribeiro, ainda que haja inúmeros projetos mundo afora para esse momento de retomada, nenhum país do mundo encontrou a resposta sobre a melhor data e forma para que as aulas presenciais aconteçam.
“Se você procurar alguma resposta sobre isso nas nações mais desenvolvidas do mundo, não vai encontrar. Na Europa discutem hoje a mesma coisa: volta ou não volta. Ninguém tem essa segurança. Achei muito razoável a orientação dada pelo CNE (Conselho Nacional de Educação) do MEC, que recomendou pesar a opinião dos pais sobre o tema junto com os governantes”, ponderou o ministro da educação.
Ele ainda ressaltou que o “MEC não tem poder de gestão nas escolas básica, fundamental e infantil”. Segundo Milton Ribeiro, a atribuição que é de estados e municípios.
Além disso, falou que entende o receio de algumas famílias sobre o retorno dos estudos.
“Creio que o senso comum da sociedade é esse: poucos pais querem colocar o filho em uma exposição dessa natureza com uma doença que a gente não conhece. Eu mesmo tive covid-19, estou bem e recuperado, mas preocupado, vou ter um acompanhamento daqui para frente. Minha opinião – e não falo como ministro, mas como pessoa – é que eu teria alguma dificuldade em mandar um filho para a escola no meio de uma pandemia. Com todo respeito aos cuidados das escolas, mas há muitas dificuldades, especialmente nas escolas públicas. Algumas não vão ter estrutura para esse tipo de cuidado com as crianças”, opinou.
Milton Ribeiro na entrevista à rádio, teceu elogios à educação a distância, dizendo inclusive que será um método duradouro daqui para frente. Contudo, segundo ele, alguns pontos ainda precisem ser aperfeiçoados nesse quesito.
“Eu sou da velha guarda e tinha dificuldade em pensar que alguém aprenderia alguma coisa com uma disciplina pessoal de organização em casa, sem um professor presencialmente. Mas é dos sábios mudar de opinião. Vi recentemente, antes mesmo da pandemia, uma explosão do EAD. Ele tem servido de maneira muito positiva nos dias de hoje. Acho que não seremos mais os mesmos em termos de educação depois dele. EAD veio para ficar”, disse o ministro da educação.
De acordo com Ribeiro, uma das dificuldades é aplicar avaliações a distância.
“Em relação ao pós-pandemia, não sei como vamos fazer, não sei se teremos um método híbrido entre presencial e a distância. Mas vamos precisar aperfeiçoar. Precisamos aperfeiçoar, por exemplo, o controle de provas. Eu tenho dificuldade em confiar em prova a distância. As provas do EAD deveriam ser todas presenciais, com fiscalização. Precisamos mudar algumas coisas.”