Os cancelamentos no Auxílio Emergencial ainda estão dando o que falar nas redes sociais. De acordo com o Ministério da Cidadania, as operações no Dataprev e na Controladoria Geral da União (CGU) acabaram resultando em mais de 2 milhões de bloqueios no programa. Isso considerando o período de abril até julho.
Nesta quinta-feira (15), o Ministro da Cidadania, João Roma, falou sobre esse assunto. De acordo com o chefe da pasta, essa prática de cancelamento é importante e necessária. Segundo ele, essa é a forma que o Governo Federal encontrou para tentar reduzir ao máximo o número de golpes com o dinheiro público.
“Temos realizado uma operação abrangente, no sentido de que o Auxílio Emergencial seja pago à população em situação de vulnerabilidade, e muito criteriosa, para evitar fraudes e repasses indevidos”, disse o Ministro João Roma. A fala acabou repercutindo muito dentro e fora do Palácio do Planalto por uma série de motivos.
Segundo as informações oficiais da CGU e do próprio Tribunal de Contas da União (TCU), as fraudes são mesmo um problema. De acordo com esses órgãos, o Governo Federal gastou bilhões de reais em pagamentos indevidos no ano passado, ou seja, boa parte do dinheiro público acabou indo para as mãos de criminosos.
Por isso, a ordem dentro do Governo Federal agora é tentar diminuir ao máximo as brechas para essas fraudes nesta nova fase de pagamento. Vale lembrar que o Auxílio Emergencial voltou a fazer repasses neste último mês de abril e pelo que se sabe até aqui, ele vai seguir, pelo menos, até o próximo mês de outubro.
Essa é versão do Governo Federal. Nas redes sociais, a história que boa parte dos usuários está contando é diferente. De acordo com esses beneficiários que passaram por cancelamentos, os motivos que o Dataprev estaria usando seriam inexistentes.
“Cancelaram meu auxílio dizendo que eu estou trabalhando formalmente. Mas isso não é verdade. Eu sequer saí de casa”, disse uma internauta. “Me dizem que eu estou morando em outro país, mas eu nem tenho passaporte. Nunca saí do meu estado”, disse outro.
Esses usuários alegam que a situação não está fácil e que o Auxílio Emergencial era a única fonte de renda que eles estavam recebendo. Parte deles diz ainda que o Dataprev não deu oportunidade sequer para uma contestação
O Governo Federal argumenta que nem todo mundo tem direito de contestar o resultado negativo do Dataprev porque nem todas as reprovações são passíveis de reanálises. Além disso, eles dizem que as avaliações analisam uma série de dados do usuário.
Nesta quinta-feira (15), o Ministério da Cidadania afirmou que cerca de 30 mil novos beneficiários passaram a fazer parte do Auxílio Emergencial. Pelo menos uma parte dessas pessoas tiveram o programa bloqueado e conseguiram contestar.
De acordo com o Dataprev, eles provaram que o órgão errou ao cortar esses benefícios. Por isso, eles ganharam o direito de voltar ao programa. Além disso, eles também terão o direito de receber o dinheiro dos meses em que ficaram de fora. Trata-se portanto de um pagamento retroativo.