O Ministro da Cidadania, João Roma, disse em entrevista nesta segunda-feira (26), que o Partido dos Trabalhadores (PT) usou o programa Bolsa Família para fazer política. Entre outras coisas, ele disse ainda que o partido fez um aparelhamento com os seus projetos sociais.
O Ministro disse isso durante uma entrevista para a Rádio Jovem Pan. Ele disse que o Partido de Lula e Dilma Rousseff optou por um “viés partidário” na hora de pagar não só o Bolsa Família como outros projetos sociais. De acordo com Roma, o Governo do Presidente Jair Bolsonaro não faz isso.
“A utilização política foi evidente, inclusive no começo da aplicação do Bolsa Família, porque na ponta você via muitos indícios de aparelhamento. Você via um viés partidário claramente se locupletando de uma ação governamental, de uma política pública de Estado”, afirmou Roma.
“Foram vários casos, denúncias surgiram em relação a isso. Verificava-se a busca de um aparelhamento, de uma locupletação dessas ações governamentais por quesito de partido”, completou o Ministro na entrevista que teve muita repercussão nas redes sociais.
Na entrevista, no entanto, Roma não exemplifica algumas dessas supostas denúncias, mas os jornalistas não o perguntaram isso. Vale lembrar que ele está no cargo há apenas alguns meses. De acordo com informações de bastidores, Bolsonaro o colocou no comando por causa da pressão do Centrão.
Nesta mesma entrevista, o Ministro também falou sobre o Auxílio Emergencial. Os jornalistas que faziam a entrevista perguntaram para ele sobre a questão da paralisação do benefício entre os meses de janeiro e março. Esse, aliás, é um ponto que a oposição questiona muito.
“O auxílio emergencial, para ser executado, foi um somatório de esforços. O Legislativo teve um papel fundamental, tanto em 2020, no Orçamento de Guerra, quanto agora em 2021, aprovando a PEC Emergencial”, disse o Ministro da Entrevista.
Essa PEC Emergencial acabou sendo o primeiro passo para a aprovação do Auxílio Emergencial. O Congresso não demorou muito tempo desde a chegada do texto na casa até a aprovação do programa. Logo depois dessa aprovação, o Governo Federal editou portanto a Medida Provisória (MP) do Auxílio Emergencial.
Apesar de dizer que o PT usava o Bolsa Família politicamente, o Ministro da Cidadania fez muita campanha em torno do benefício na entrevista. Aliás, ele voltou a defender a reformulação do programa e disse mais uma vez que deseja que tudo esteja pronto até o próximo mês de agosto.
“O que se busca neste momento é a reformulação do Bolsa Família é que o somatório dessas políticas públicas que resultam no programa possa estar mais claro, que a percepção do cidadão consiga atingir o princípio daquela política pública”, disse ele.
O PT não se pronunciou sobre essa entrevista do Ministro João Roma, na Jovem Pan. Seja como for, o Partido diz repetidamente que tem orgulho da criação do programa. Além disso, membros do PT estão se posicionando de maneira contrária a esta reformulação do projeto pelo Governo de Bolsonaro.
Enquanto as mudanças não chegam, o Governo segue pegando o Auxílio Emergencial. De acordo com as informações oficiais, os pagamentos terão quatro parcelas este ano. Os valores variam entre R$ 150 e R$ 375. Apesar das críticas, o Planalto não fala em mudança. Pelo menos não ainda. Mas o Ministro da Economia, Paulo Guedes, não descarta um aumento nas parcelas. Isso vai depender, no entanto, da situação da pandemia no país.
O Brasil tem mais de 390 mil mortes nessa pandemia. Por isso, há uma preocupação com essa questão. Se os números não melhorarem, o Governo acredita que vai precisar esticar o Auxílio. Não há nada oficial ainda. Tudo são só informações de bastidores.