Os danos causados pela crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus foram enormemente sentidos por quem tem negócios menores. Foi o que concluiu uma pesquisa que analisou 700 microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil desde o início da pandemia do novo coronavírus.
O levantamento foi feito pela fintech Neon em parceria co o venture capital americano Flourish Ventures e a empresa Decibels. Dos entrevistados, pouco mais da metade (53%) vivem com até R$ 1.000 por mês. Entre eles, 18% afirmaram que recebem até R$ 500 por mês. Por outro lado, 7% de MEIs afirmaram viver com mais de R$ 3 mil a cada mês.
Também entre os entrevistados, 77% declararam que sua renda diminuiu em novembro de 2020, quando comparado à renda de outubro. Destes, 52% alegaram que a queda na renda foi grave. Outros 47% dos MEIs afirmaram que precisaram utilizar recursos que estavam na poupança para amenizar os rombos no orçamento.
Um total de 36% afirmaram que reduziram as despesas em novembro para se adequar à nova realidade financeira. As reduções das despesas foram maiores em comida, com diminuição de 38%, gastos e contas de casa, com diminuição de 29%, e entretenimento, de 28%.
Um a cada cinco microempreendedores individuais pediram empréstimos em bancos ou instituições financeiras. As soluções mais populares foram empréstimos de parentes ou amigos (52%) e outros 18% alegaram ter feito negociação com agiotas.
“A pandemia impactou negativamente muitos empreendedores, mas foi ainda mais cruel em relação ao MEI, que tira seu sustento das ruas. Com a renda comprometida desde o começo da pandemia, essas pessoas tiveram uma queda brusca na qualidade de vida, precisaram cortar gastos dentro de casa. Isso fez com que muitos perdessem a esperança para o futuro”, afirmou o diretor da área jurídica da Neon, Marcelo Moraes.
Por fim, 95% dos MEIs afirmaram estar preocupados com a covid-19. Esses trabalhadores citaram o aumento de casos da doença, falta de cuidado dos brasileiros com o vírus e dificuldade de encontrar trabalho.