O Presidente Jair Bolsonaro disse que o Governo Federal vai gastar mais. Mas não com os valores do Auxílio Emergencial, e sim com as suas férias. O Presidente disse isso em uma conversa com apoiadores. O vídeo do momento ganhou muita repercussão nas redes sociais.
Recentemente, o Deputado Federal Elias Vaz (PSB-GO) protocolou um pedido para saber quanto o Presidente gastou nas suas férias do final de dezembro. A Presidência se recusou a responder na primeira e na segunda tentativa. Mas na terceira eles divulgaram a informação.
De acordo com o próprio Palácio do Planalto, o Governo Federal gastou R$ 2,4 milhões nas férias do presidente no final do ano passado. Isso inclui valores de hospedagem para ele e para toda a sua equipe. Em dezembro, Bolsonaro passou as suas férias no interior de São Paulo e em Florianópolis.
Nesta segunda (12), o Presidente prometeu que vai gastar mais com férias pessoais. Ele ironizou portanto as pessoas que estão fazendo críticas ao chefe de estado por essa questão. “A despesa é grande, mas eu vou assim mesmo. ‘Ah, gastou 2 milhões nas férias’. Vai ter mais férias. Vai ser gasto, fique tranquilo”, diz ele no vídeo.
Veja abaixo:
A principal crítica dos opositores do Presidente é quanto ao momento em que Bolsonaro resolveu gastar com essas férias. Foi no exato momento em que ele cortava o Auxílio Emergencial no valor de R$ 300. Esse Auxílio, para quem não lembra, durou até o fim do ano passado.
De acordo com as informações do próprio Governo Federal, o novo Auxílio Emergencial tem valores menores do que o que vimos no ano passado. Serão quatro parcelas de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. Com esses valores, não dá para comprar uma cesta básica em nenhuma das principais cidades do país.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, os valores de uma cesta básica mensal para quatro pessoas costuma passar facilmente dos R$ 600. E vale lembrar que não estamos considerando outros itens que vão além da comida. Aqui não se conta por exemplo os valores de produtos de limpeza ou de higiene pessoal.
Além do valor menor, o novo Auxílio vai chegar no bolso de menos pessoas. De acordo com as informações oficiais, o Governo Federal pagou o Auxílio para cerca de 70 milhões de pessoas no ano passado. Agora, esse número está na casa dos pouco mais de 40 milhões.
Apesar de dizer que vai gastar mais com as suas férias, o próprio Presidente Bolsonaro vem dizendo que reconhece que o valor do Auxílio Emergencial “é baixo”. Mas ao mesmo tempo ele diz que as pessoas não podem usar esse dinheiro como uma renda total, e sim como um complemento.
Mas analistas afirmam que a lógica do Auxílio não é pagar uma renda complementar e sim uma renda total. Isso porque o objetivo do Auxílio é justamente ajudar as pessoas que não estão podendo sair para trabalhar por causa dos fechamentos na pandemia do novo coronavírus.
Além disso, o próprio sistema de seleção do auxílio seleciona apenas as pessoas que estão em situação pior neste pandemia. São pessoas que estão completamente sem renda. Então se imagina que essas pessoas estejam precisando desse dinheiro justamente como uma primeira renda.