Direitos do Trabalhador

Medo da “3ª onda” fez Brasil prorrogar Auxílio Emergencial, diz colunista

De acordo com informações da imprensa, o Governo decidiu prorrogar o Auxílio diante de um temor de uma terceira onda no país

“A pandemia está aí”. Foi esta a frase que o Ministro da Economia,  Paulo Guedes usou para dizer que o Governo decidiu prorrogar o Auxílio Emergencial por mais dois ou três meses. E de acordo com as informações de bastidores, foi justamente a Covid-19 que motivou essa decisão.

De acordo com informações do colunista da emissora Globo News, Gerson Camarotti, o Governo está neste momento temendo a possibilidade de uma terceira onda de contaminação no país. Se isso acontecer, significa dizer que o Brasil vai passar inevitavelmente por mais fechamentos de serviços.

Por tabela, isso significa afirmar que boa parte das pessoas seguirão sem conseguir trabalhar e sem arrumar uma renda. De acordo com o jornalista, foi por isso que o Governo decidiu ampliar o tamanho do programa. A chegada da cepa indiana ainda na última semana foi a pá de cal em toda essa discussão.

É que recentemente, o Ministro da Economia deu uma entrevista dizendo que o Palácio do Planalto iria analisar o comportamento da pandemia para decidir se ia ou não prorrogar o Auxílio. Ele deu até números. De acordo com ele, se o país diminuísse a quantidade óbitos para 300 por dia, o benefício não seria mais necessário.

Os números de novos casos até caíram um pouco na última semana, mas aparentemente o Governo Federal não quer arriscar. Dentro do Palácio do Planalto, há a ideia de que não vai ter como tirar o benefício das mãos dos trabalhadores antes que a situação da pandemia se resolva ou pelo menos se acalme.

Discurso x prática

Ao dizer que vai prorrogar o Auxílio Emergencial, o Governo Federal está passando a reconhecer que está lidando com um problema grave. Afinal, se tudo estivesse sob controle, não haveria necessidade de estender o benefício por mais algum tempo.

Esse reconhecimento acaba não encontrando respaldo na prática. Vários membros do Governo seguem dizendo que a pandemia do novo coronavírus é menos grave do que parece. Alguns deles até vem lançando mão, sem provas, da ideia de que o país registrou menos mortes do que os dados oficiais mostram.

O próprio Presidente Jair Bolsonaro costuma aparecer com certa frequência sem usar máscaras em público. Normalmente, ele aparece cercado de apoiadores. O próprio chefe do executivo costuma dizer, desde o início da pandemia, que o problema deve acabar em breve.

Auxílio Emergencial

Ainda não se sabe muita coisa sobre a prorrogação do Auxílio Emergencial. Paulo Guedes, por exemplo, evitou dar declarações sobre os valores nestes novos dois ou três meses. O mais provável, no entanto, é que o patamar se mantenha o mesmo do atual.

Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o Governo Federal está pagando quatro parcelas de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. São montantes portanto muito menores do que aqueles que o Planalto pagou durante os meses de 2020.

O Presidente Jair Bolsonaro diz que reconhece que esses valores são baixos. No entanto, ele afirma que as pessoas deveriam usar esse dinheiro como um complemento de renda, e não como uma renda completa. Ele ainda costuma criticar os Governadores pelos fechamentos dos serviços. “Todo trabalho é essencial”, disse ele em entrevista recente.