Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,4% no trimestre móvel de novembro a janeiro.
Contudo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, apesar da elevação, a taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro de 2023 foi a mais baixa para esse período desde 2015, quando estava em 6,9%.
Conforme os dados apresentados, o número de desempregados foi semelhante ao do trimestre encerrado em outubro, mas foi de 3 milhões a menos do que na comparação anual, quando 12 milhões de pessoas buscavam um espaço no mercado de trabalho.
Na visão de Adriana Beringuy, coordenadora do estudo, o movimento de estabilização do desemprego sinaliza uma repercussão entre novembro e dezembro de 2022, quando a demanda de empregos no início de 2023 foi reduzida.
“Esse efeito conjugado entre a estabilidade da população desocupada e retração do número de trabalhadores, deixou a taxa de desocupação estável.”, afirma Beringuy.
Vale destacar que o nível de emprego, que mede a relação entre a população ocupada e a população em idade ativa para trabalhar, foi estimado em 56,7%, estável em relação ao mesmo trimestre de 2016.
Em contrapartida ao desemprego, o contingente de pessoas empregadas foi de 98,6 milhões, representando uma queda de 1 milhão em relação ao trimestre encerrado em outubro. “Observamos, assim, dois panoramas: em uma análise de curto prazo, é observada uma queda na formação de trabalho, enquanto no confronto com um ano atrás o cenário ainda é de ganho de ocupação”, completa a pesquisadora.
O IBGE apontou que o setor privado empregou 36,813 milhões de pessoas com carteira assinada, um crescimento trimestral constante de 6,5% ao ano, com forte combate ao desemprego. Já os trabalhadores sem carteira assinada representam 13,108 milhões de pessoas, se mantendo estáveis no trimestre e crescendo 5,9% em 12 meses.
Além disso, os profissionais autônomos, que representam 25,299 milhões de pessoas, ficaram estáveis em ambos os casos. Já o emprego informal, com São 38,5 milhões de pessoas, continua alto e mostra uma leve tendência de queda.
Segundo os dados mais recentes, o emprego informal encontra-se com 39% dos ocupados, ante 39,1% no trimestre anterior e 40,4% em igual período de 2022. “Essa queda na ocupação não foi enviesada”, afirmou Adriana Beringuy. “A queda na ocupação atingiu tanto o trabalhador formal quanto o informal.”, concluiu.
Os rendimentos dos trabalhadores subiram 1,6%, para R$ 2.835 reais no trimestre encerrado em janeiro, alta de 7,7% em relação ao ano anterior. Os destaques foram os setores de Alojamento e alimentação, com alta de 7%, Administração Pública, saúde e educação com alta de 3,1% e os serviços domésticos, com alta de 2,2% em termos reais.
O IBGE informou ainda que o Brasil possui 63,739 milhões de pessoas ocupadas que contribuem para a previdência social, o terceiro maior contingente da história. Esse pico é validado no trimestre encerrado em dezembro de 2022 com 64,274 milhões de trabalhadores contribuintes.
O segundo melhor resultado foi do trimestre encerrado em novembro de 2022, com 64,172 milhões de contribuintes. Apenas 64,6% dos ocupados contribuíram com a Previdência Social no trimestre encerrado em janeiro de 2023, ante 66% em anos anteriores.
Em suma, vale ressaltar que é possível continuar a contribuir para a Previdência Social mesmo em situação de desemprego, mas é preciso ter cuidado com o tipo de contribuição que será realizada.