O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (3) que os mais vulneráveis acabaram ficando para trás neste momento do país. De acordo com o chefe da pasta econômica, isso aconteceu porque o custo de vida está subindo muito no Brasil. Por isso, ele disse que seria importante aplicar um aumento no valor do novo Bolsa Família.
“Caso a gente avance na solução dos precatórios, você vai ver um Bolsa Família com um aumento porque aumentou bastante o custo de vida, os mais vulneráveis ficaram para trás”, disse o Ministro. “É natural que o Brasil reponha as condições de vida dessa população mais frágil, mas dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, embaixo do teto, tudo certinho”, completou.
Paulo Guedes vem batendo na tecla de que o país precisa permitir o parcelamento dos precatórios. Para quem não sabe, esse é o nome que se dá para as dívidas que o Governo tem com a Justiça. São decisões que não são mais passíveis de recurso. Assim, o Palácio do Planalto precisa pagar por elas ainda em 2022.
A ideia do poder executivo é justamente tentar a permissão para o parcelamento desses precatórios. Dessa forma, sobraria espaço para o aumento no valor do Bolsa Família sem comprometer o teto de gastos. O problema é que tem muita gente dizendo que isso seria um calote. Essas pessoas afirmam que o Governo poderia estar cometendo um crime de responsabilidade.
Recentemente, o Planalto enviou uma PEC que permite esse parcelamento. O Congresso precisa aprovar esse texto para que o poder executivo consiga essa liberação. Além disso, membros do Governo também estão tentando fazer com que o poder judiciário consiga essa liberação através de um acordo.
Como disse o Ministro Paulo Guedes, a situação para os vulneráveis não está fácil realmente. De acordo com relatos nas redes sociais, muita gente não está conseguindo comprar sequer produtos básicos de alimentação. Há relatos de aumentos muito significativos nos preços desses itens.
Uma cesta básica mensal para quatro pessoas, por exemplo, está chegando em um patamar de R$ 600 em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Pelo menos é o que mostram os números do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
E aqui nem se fala sobre a questão do preço da gasolina, da energia elétrica e do botijão de gás. São itens que estão registrando aumento mês após mês. E muita gente está reclamando desta situação nas últimas semanas.
Uma saída para essas pessoas poderia ser justamente o novo Bolsa Família. O programa, que deve entrar em cena a partir do próximo mês de novembro, vai passar a se chamar Auxílio Brasil. A tendência é que ele cresça não só no valor, mas também no número de usuários.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, a versão atual do Bolsa Família paga parcelas médias de R$ 189 para algo em torno de 14,7 milhões de brasileiros. Essa lógica deverá permanecer assim até o próximo mês de outubro. Pelo menos essa é a ideia.
O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre o aumento do tamanho do programa. De acordo com membros do próprio Palácio do Planalto, eles só deverão divulgar essas informações por volta do final deste mês de setembro.