Quase nove em cada dez brasileiros acreditam que o valor do Auxílio Emergencial do Governo Federal este ano é insuficiente. Pelo menos é isso o que mostram os resultados da mais nova pesquisa do Instituto Datafolha, que teve divulgação nesta quinta-feira (13).
De acordo com a pesquisa, cerca de 87% dos brasileiros maiores de 16 anos acreditam que o valor do benefício não é suficiente. São pessoas que dizem que com esse dinheiro não dá para comprar muita coisa neste momento em que o país está vivendo.
Segundo dados do próprio Ministério da Cidadania, que controla os pagamentos do Auxílio, o valor do programa este ano varia entre R$ 150 e R$ 375, a depender de cada caso. Esses valores acabaram levantando uma série de críticas de vários setores da sociedade.
Esses 87% que acreditam que o valor é insuficiente, certamente se baseiam no custo de vida nas principais cidades do país. Uma cesta básica em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, costuma passar dos R$ 600 em média com certa facilidade.
Além disso, há de se considerar os outros custos. É que as pessoas não precisam comprar apenas comida. Elas precisam pagar as contas de água e luz, por exemplo. E não dá para esquecer também as despesas com materiais de limpeza e higiene pessoal, que são muito importantes em tempos de pandemia.
O Presidente Jair Bolsonaro certamente não respondeu essa pesquisa do Datafolha, mas se ele fosse se encaixar em algum grupo, seria esse dos 87% que consideram o valor insuficiente. Recentemente, o próprio Bolsonaro disse que concorda que os valores do Auxílio são baixos mesmo.
De acordo com o Presidente, no entanto, esse foi o valor máximo que o Governo conseguiu pagar. Além disso, ele falou que os beneficiários devem usar esse dinheiro não como uma renda completa e sim como um complemento de renda. Então, na visão dele, os brasileiros precisam sair para trabalhar para completar o dinheiro do mês.
O presidente disse também que as pessoas que estão pedindo um aumento do valor do Auxílio para a casa dos R$ 600 seriam os mesmos oposicionistas que estiveram no poder. “Por que eles não fizeram um programa que pagasse R$ 600 quando estavam no Governo?”, questionou Bolsonaro.
Apesar das críticas de boa parte da oposição e de vários setores da sociedade ao valor do benefício, o Governo não admite a possibilidade de aumento nas parcelas do programa. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, é importante respeitar o teto de gastos.
Esse teto que Guedes fala é aquele que a PEC Emergencial estabeleceu. É portanto um limite de gastos de R$ 44 bilhões. O Governo só pode gastar o dinheiro até este montante. Se passar disso, o Presidente Jair Bolsonaro poderá estar cometendo um crime de responsabilidade.
De acordo com as informações do próprio Governo Federal, a Caixa está se preparando neste momento para fazer os pagamentos de mais uma parcela do benefício para o grupo dos informais e o dos que recebem o Bolsa Família. Ao todo, o Planalto planeja que o Auxílio vai ter quatro parcelas.