Você certamente já ouviu falar do personagem Robin Hood. A animação, muito famosa no mundo inteiro, conta a história de um homem que tira dos mais ricos para dar aos mais pobres. De um certo modo, e guardadas as devidas proporções, a maioria da população brasileira está de acordo em fazer o mesmo em relação ao programa Auxílio Brasil.
Pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha em parceria com a Oxfam Brasil mostra que 85% dos brasileiros concordam com a ideia de taxar grandes fortunas para aumentar os auxílios sociais. Neste caso, é citado não apenas o Auxílio Brasil do Governo Federal, mas qualquer tipo de benefício que ajude os mais necessitados.
“Esperamos que os resultados desta pesquisa contribuam para o debate público, especialmente neste momento em que brasileiras e brasileiros se preparam para as eleições mais importantes das últimas décadas”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. Os resultados mostram que boa parte da população concorda com os projetos de transferência de renda.
“Tais percepções confirmam a expressão de uma sociedade que vive em um difícil momento social e econômico, no qual mais de 33 milhões de pessoas passam fome”, afirma Jefferson Nascimento, que é o coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil e coordenador da pesquisa. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (14).
O levantamento ainda aponta que 96% dos brasileiros concordam com a ideia de que o Governo tem obrigação de garantir recursos para programas de transferência de renda. Além disso, 95% acreditam que o Auxílio Brasil deve ser um programa social que consiga atender todas as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social.
Hoje, informações do Ministério da Cidadania apontam que o Auxílio Brasil atende pouco mais de 20 milhões de pessoas considerando os números divulgados em agosto. Para este mês de setembro, a expectativa é de que o patamar atinja os 21 milhões.
Contudo, mesmo com os sucessivos aumentos nos valores, o fato é que nem todas as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social conseguem entrar no programa social. Milhões ainda precisam de ajuda.
Este é um problema que atinge não apenas o Auxílio Brasil, mas também outros projetos como o vale-gás nacional, por exemplo. Dados oficiais apontam que mais de 19 milhões de pessoas estão na fila de espera para o recebimento do benefício social.
A proposta de taxar grandes fortunas e usar o dinheiro para elevar os auxílios sociais não é nova. Alguns candidatos que estão na corrida presidencial ainda falam sobre o assunto. Eles prometem taxar os “super ricos”.
É o caso, por exemplo, do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista recente, o chefe do executivo disse que poderá aplicar a medida. Ele, aliás, disse que a ideia de aumentar a taxação teria partido do seu Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Outro candidato que prevê a taxação é Ciro Gomes (PDT). Em entrevistas recentes, o ex-ministro vem dizendo que poderá pagar uma renda mínima permanente de R$ 1 mil já a partir de janeiro de 2023, considerando um cenário em que ele se eleja.