O Governo Federal está apostando todas as suas fichas no Auxílio Brasil. O programa, que deve substituir o Bolsa Família a partir de novembro, será turbinado. A ideia central do Palácio do Planalto é tentar aumentar o valor do benefício e também o número de pessoas que devem receber os montantes todos os meses.
Para vários aliados do Presidente Jair Bolsonaro, isso vai ser suficiente para ajudar a reeleger o atual Governo para um segundo mandato. Mas a maioria dos brasileiros parece não concordar com essa teoria. Pelo menos é isso o que mostra uma pesquisa do Instituto Genial/Quaest que passou por uma divulgação nesta quarta-feira (27).
De acordo com o levantamento, cerca de 54% dos brasileiros acreditam que o Auxílio Brasil não vai ajudar na reeleição de Bolsonaro. Por outro lado, 25% acreditam que as intenções de voto em torno dele irão subir. O plano do Governo é aumentar o atual valor médio do Bolsa Família de R$ 189 para um patamar mínimo de R$ 400. É o que se sabe até aqui.
A mesma pesquisa mostrou também que 70% dos brasileiros consideram que estão bem informados por essa questão. São, portanto, pessoas que estão de olho nas notícias acerca da preparação para a distribuição desse novo programa social. Outros 30% disseram que não sabiam que o Planalto iria pagar esse benefício novo.
A pesquisa em questão fez ainda uma outra pergunta. Eles questionaram se as pessoas achavam que o Auxílio Brasil teria um impacto negativo nas contas públicas. Uma maioria simples de 53% respondeu que sim. O plano do Governo Federal é, portanto, pegar parte dos recursos de fora do teto de gastos públicos.
Desde o início das conversas em torno do Auxílio Brasil, o Governo já tinha deixado claro que o objetivo era fazer o programa ficar maior. Isso quando comparamos com a atual versão do benefício em questão.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, a atual versão do Bolsa Família está pagando parcelas médias de R$ 189. Segundo os dados mais recentes, são 14,4 milhões de beneficiários espalhados por todo o país.
O objetivo do Governo Federal é, portanto, fazer com que esses números cresçam. Em entrevista, o Presidente Jair Bolsonaro confirmou que eles irão elevar esse valor médio para um mínimo de R$ 400. O número de usuários também vai subir para 17 milhões.
Muito se fala sobre o impacto eleitoral que tudo isso pode ter no pleito presidencial do próximo ano. É que, de acordo com o Instituto Datafolha, o Presidente Jair Bolsonaro está sofrendo uma forte queda de popularidade neste momento.
No ano passado, quando o Auxílio Emergencial chegou a fazer pagamentos de R$ 600, podendo chegar nos R$ 1,2 mil, o cenário era completamente diferente. O próprio Datafolha começou a registrar um bom momento para a popularidade de Bolsonaro.
Portanto, é justamente por isso que muitos aliados do Presidente fizeram pressão para que ele subisse o valor deste auxílio para o patamar mais alto possível. Eles acreditam, aliás, que essa seria a única maneira de tentar reverter essa atual queda de popularidade.