Mãe de Bolsonaro foi vacinada com a CoronaVac, apontam dados oficiais

Olinda Bolsonaro tomou a primeira dose no dia 12 de fevereiro

A mãe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Olinda Bonturi Bolsonaro, foi vacinada contra Covid-19 com a CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e de responsabilidade do Instituto Butantan no Brasil.

Divulgada pelo portal R7, a informação consta nos dados oficiais de vacinação do município de Eldorado, no interior de São Paulo, onde vive a idosa de 93 anos.

Ao cruzar dados do SUS (Sistema Único de Saúde) com dados da Secretaria de Saúde de São Paulo, é possível ver que somente 26 pessoas foram imunizadas contra Covid-19 no mesmo dia que Olinda Bolsonaro — todas receberam uma dose da CoronaVac.

Apenas 50 moradores da cidade de Eldorado receberam uma dose da vacina de Oxford/AstraZeneca, tendo sido vacinados em outra data, pois o estoque de imunizantes da AstraZeneca acabou três dias antes da mãe de Jair Bolsonaro ser vacinada.

Com 93 anos de idade, Olinda Bolsonaro integra o grupo prioritário de vacinação contra Covid-19, de acordo com o Plano Nacional de Imunização. Para decidir se a matriarca seria vacinada, a família Bolsonaro fez uma votação. Na ocasião, Jair Bolsonaro diz que votou “sim” pela imunização da mãe.

O fato chama atenção, pois em mais de uma oportunidade o presidente Jair Bolsonaro criticou a CoronaVac, colocando em xeque a eficácia do imunizante de origem chinesa.

Relembre o que Bolsonaro disse sobre a CoronaVac

Quatro meses antes da vacinação da mãe, em outubro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não compraria a CoronaVac mesmo se ela fosse aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pois o imunizante não “transmitiria segurança para a população”.

“A (vacina) da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso”, disse Bolsonaro em live nas redes sociais.

Quando os testes de eficácia da CoronaVac tiveram que ser suspensos por conta do suicídio de um dos voluntários, Jair Bolsonaro chegou a comemorar a paralisação através de um comentário no Facebook: “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Em janeiro deste ano, Jair Bolsonaro voltou a criticar a CoronaVac, após o anúncio de que a vacina alcançou eficácia global de 50,38% nos testes feitos no Brasil pelo Instituto Butantan. “Se jogar uma moedinha para cima é 50% de eficácia”, disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Aos poucos, Jair Bolsonaro mudou o tom do discurso. Se em 2020 ele se referiu à CoronaVac como sendo a “Vacina do Joao Doria” (governador de São Paulo), em janeiro de 2021 o presidente disse que o imunizante era de todos os brasileiros.

“A vacina é do povo brasileiro, não é de governador nenhum.”, afirmou Bolsonaro.