Economia

Lula x Banco Central: como isso afeta a economia do país

A população brasileira tem visto no noticiário as críticas que o presidente Lula (PT) tem feito ao Banco Central (BC), por conta da alta taxa de juros. O Governo tem reprovado o desenvolvimento da economia nacional e a política monetária da instituição, além das incertezas relativas ao mercado financeiro esse ano.

O debate entre Lula e o BC começou na posse de Aloizio Mercadante (PT), para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O assunto tratado foi a independência da instituição e a manutenção da taxa Selic em 13,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O andamento da economia do país é uma preocupação do novo governo. Por ser uma instituição independente, o presidente Lula critica o Banco Central, já que ele não pode agir sobre a manutenção dos juros, por exemplo. Espera-se que a discussão continue nos próximos dias, ou até a próxima reunião do Copom.

A crítica de Lula ao BC surpreendeu muitos brasileiros, que pensavam que o presidente poderia influenciar nas questões econômicas. A independência do BC se dá justamente para não haver uma influência política em suas ações. Vale ressaltar que a decisão de manter as taxas de juros era esperada por economistas.

A inflação e a taxa Selic

O BC fez um anúncio onde afirmou que as expectativas sobre a inflação no país não são das melhores. Além disso, estima-se que os gastos públicos continuem altos em 2023. Em uma carta, o Copom disse que o índice de preços está acima da meta estipulada pelo governo, portanto, é preciso manter a taxa Selic alta. 

Nesta situação, o presidente Lula afirmou que “É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”. O governo tem criticado, em especial, a ação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, à frente da instituição.

Todavia, Lula fez uma comparação do que foi feito no governo anterior de Jair Bolsonaro (PL) e o que deverá ser feito na atual administração. Ele diz que a independência do BC é uma bobagem, dizendo que Henrique Meirelles, ministro da Fazenda em seu mandato anterior, tinha independência antes da lei.

Para o presidente, a meta da inflação em torno de 3,75% faz com que haja uma redução desnecessária da atividade econômica do país. Ademais, ele diz esperar que o mandato de Roberto Campos Neto termine em 2024 para fazer uma avaliação real do que significa a independência do BC. 

Outras considerações

Analogamente, o presidente Lula também não concorda que o presidente do BC queira deixar a inflação do país em um padrão “europeu”. Desse modo, para o petista, o que realmente deve ser feito, em termos econômicos para o mercado nacional, é fazer com que o índice de preços chegue a um padrão “Brasil”.

Uma outra crítica que o presidente fez na posse de Aloizio Mercadante é que o Brasil tem uma cultura de juros altos. Em síntese, ele disse que o patamar da Taxa Selic é uma vergonha, o mesmo para a atuação do BC em relação a manutenção dos juros em 13,75% ao ano, na última reunião do Copom.

A indicação para que Roberto Campos Neto presidisse o BC foi feita durante o governo de Bolsonaro. Não é um nome ligado à nova administração. Neste caso, Lula não pode demiti-lo. A lei que estabelece a independência do BC permite que ele utilize meios técnicos para combater a inflação.

Lula tem buscado maneiras de ativar a economia brasileira de diversas maneiras. Contudo, ele esbarra na manutenção da taxa Selic que consequentemente, freia a atividade econômica do país. Analogamente, o presidente também critica a meta inflacionária tendo em vista que não foi definida por seu ministro da Fazenda.

Banco Central

O assunto dos juros e da inflação deve ser amplamente discutido pelo governo. O presidente tem aproveitado os eventos oficiais do Palácio do Planalto para tratar do assunto. Para ele, a meta da inflação atrapalha a economia como um todo. Em conclusão, a autonomia do BC faz com que ele fique de mãos atadas em relação à taxa Selic.