A obra autobiográfica “Feliz Ano Velho” é o livro de estreia do escritor brasileiro Marcelo Rubens Paiva. Publicado pela primeira vez em 1982, o livro apresenta o relato do autor sobre um grave acidente que sofreu em sua juventude e as consequências do acidente em sua vida.
Por se tratar de uma obra autobiográfica, o foco narrativo do romance é em 1ª pessoa. A linguagem empregada pelo autor é clara, direta e coloquial. Desse modo, a narrativa permite que o leitor acesse rapidamente as cenas descritas.
O enredo do livro tem como ápice o acidente que mudou a vida de Marcelo, autor e também personagem principal de forma irreversível. Na primeira parte da obra, o autor descreve como era a vida do jovem estudante de 20 anos antes do acidente no lago. Marcelo era membro de uma família de classe média alta e estudava Engenharia Agrícola na Unicamp.
Sociável, o jovem teve muitas namoradas e amigos e tinha a música como um hobbie. No ano de 1979, poucos dias antes do Natal, bêbado em um passeio com os amigos em um lago, Marcelo decide fazer uma brincadeira e dar o “salto do Tio Patinhas”.
Nesse momento, a vida do jovem mudaria drasticamente pois o lago era raso e o pulo de Marcelo resultou em um grave acidente que comprometeria a sua quinta vértebra cervical. O jovem estudante acabou sendo levado ao hospital, com os movimentos do corpo reduzidos.
A partir do acontecimento, o autor narra a sua vida após o acidente. Assim, Paiva narra o período que passou no hospital, internado na UTI, as cirurgias e o processo lento de resposta do seu corpo. No hospital, o jovem recebia visitas de amigos e familiares e, aos poucos, se dava conta de que o acidente o deixaria irreversivelmente paraplégico.
Aos poucos, Marcelo começa a comemorar as pequenas vitórias, como a recuperação do movimento dos dedos da mão. Após receber alta, o jovem volta a morar com a sua mãe e dá continuidade ao processo de recuperação dos movimentos.
Nessa altura do romance, a narrativa aborda como foi a vida do jovem após período de internação, a lenta retomada da sua vida social e sexual, e como, lentamente, ele foi adquirindo autonomia mesmo com sua nova condição, tendo que conviver diariamente com a cadeira de rodas.
Após longos meses, o jovem recuperou o movimento dos braços e passou a realizar atividades básicas, como se alimentar sozinho e escrever.
Cerca de um ano após o acidente, Marcelo voltou a frequentar festas, cinemas e até engatou um novo namoro. Assim, o jovem passa a refletir sobre o Ano Velho, sobre o que lhe foi tirado, e também a projetar o que ainda iria viver durante toda a vida que tinha pela frente.
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