Direitos do Trabalhador

Lira diz que parada do Auxílio empurrou Bolsonaro para “pior momento”

De acordo com o Presidente da Câmara, a interrupção do benefício entre janeiro e março complicou o Presidente da República

O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse em um evento nesta terça-feira (25), que o Presidente Jair Bolsonaro vive agora o “seu pior momento no Governo”. De acordo com ele, a paralisação do Auxílio Emergencial este ano seria um dos motivos para isso.

Lira se referiu portanto ao hiato sem pagamentos do benefício entre os meses de janeiro e março. Neste meio tempo, o Governo Federal suspendeu qualquer tipo de pagamento do programa. De acordo com o Presidente da Câmara, essa teria sido uma decisão que pesou na popularidade de Bolsonaro.

Vale lembrar que ainda no final do ano passado, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, dizia que não era preciso prorrogar o Auxílio. De acordo com ele, o país iria começar o ano gerando empregos e a vacinação iria avançar. Assim, as pessoas não precisariam mais do benefício social porque teriam os seus salários.

O problema é que meses depois, o Brasil não gerou novos empregos, a economia não voltou ao normal, a vacinação segue lenta e a pandemia entrou para o seu pior momento no país. Assim, dá para dizer que Guedes errou todas as suas previsões. O Governo teve que voltar com os pagamentos do benefício. Algo que prometeu que não faria.

“Nós estamos numa complicação de vacina, numa ausência que passou-se três meses sem o auxílio emergencial, com a população mais carente privada. Então, na minha visão, rapidamente, o presidente Bolsonaro está no seu pior momento e o candidato e ex-presidente Lula está em seu melhor momento”, disse Lira.

Valor

Pesa também em toda essa situação o valor do Auxílio atual. De acordo com o próprio Ministério da Cidadania, que é responsável pelo programa, os valores este ano variam entre R$ 150 e R$ 375. São montantes muito menores do que aqueles que o Governo pagou durante o ano passado. Isso certamente não ajudou na popularidade do Presidente também.

Popularidade de Bolsonaro

De acordo com o Instituto Datafolha, as notícias não são boas para ele. De fato, os números da pesquisa mostram que Bolsonaro vive seu pior momento no Governo quando o assunto é popularidade. Ele atingiu o seu nível mais baixo de aprovação, mesmo depois da retomada do Auxílio Emergencial.

Além disso, a pesquisa também faz cenários eleitorais. A pesquisa, que antes apontava vitórias grandes para Bolsonaro, agora apontam que ele teria grandes chances de perder para o ex-presidente Lula, se a eleição fosse hoje.

“Acho que as coisas têm que andar na sua normalidade. Acho que é normal de todo mundo discutir quem vai ser o próximo governante no Brasil, mas eu penso ainda que é momento de nós trabalharmos para estruturarmos o nosso país para qualquer um que ganhe a eleição tenha melhores condições de governar do que no momento”, disse Lira.

O que fazer?

De acordo com informações de bastidores, a ordem dentro do Palácio do Planalto é mesmo apostar pesado no segundo semestre. O Governo quer apresentar novos projetos sociais com urgência. Uma ala do Congresso, por exemplo, quer prorrogar o Auxílio por mais quatro meses.

Outra ala do Ministério da Economia, prefere acelerar o novo Bolsa Família para que ele esteja pronto no próximo mês de agosto. Tudo isso tem o objetivo de subir a popularidade do Presidente. Pelo menos é nisso que o Palácio do Planalto está se segurando.