Com o momento em que o Brasil vive de alta desenfreada da inflação, e da expectativa de baixo crescimento econômico, o Ministério da Economia divulgou informações sobre uma nova leva de linhas de crédito a empresas de micro e pequeno porte, além dos microempresários.
Segundo fontes da própria pasta, o principal objetivo da concessão de crédito é dar um “fôlego” financeiro para as pequenas empresas, já que são responsáveis pela maior parte das vagas de empregos geradas no país. Por isso foi o setor mais afetado pela crise causada pela pandemia de Covid-19.
A falta de crédito contribuiu para a pandemia causar tanto impacto na crise financeira das empresas. Para se ter uma ideia, em junho de 2020, no auge da pandemia, levantamento do Sebrae indicava que somente 16% das pequenas empresas que buscaram crédito conseguiram.
Em uma reunião com alguns empresários na última quarta-feira (16), o ministro da economia Paulo Guedes, informou que seriam gastos no total cerca de R$ 100 bilhões em linhas de crédito para micro e pequenas empresas. Isso de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
“Foi mais que uma promessa. O ministro disse que o pacote está pronto e que está apenas esperando o presidente voltar ao país para organizar o lançamento”,salientou o presidente da Associação.
O pacote comentado pelo Ministério da Economia prevê o relançamento de programas de linhas de crédito criadas durante a pandemia do coronavírus. Um exemplo é o do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que se tornou permanente.
Também é o caso do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac). Ambos têm garantia do Tesouro Nacional. O Pronampe é abastecido pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, e atende a empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
Já o Peac, é atrelado ao Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e concede crédito a companhias que faturam até R$ 300 milhões.
De acordo com participantes do ministério, a intenção é prorrogar a permanência do dinheiro alocado nos fundos garantidores durante a pandemia.
A ideia inicial era de que o valor utilizado com essas concessões de linhas de crédito fossem devolvidos aos cofres do Tesouro Nacional, porém, com a nova proposta, esse processo vai ser adiado a fim de conceder um maior fôlego aos financiamentos contratados por parte dos empreendedores.
A Caixa Econômica Federal também está preparando um fundo para o microcrédito. Esse fundo vai se juntar às duas principais linhas de crédito já existentes, citadas anteriormente.
O objetivo do banco é conceder empréstimo aos MEIs e aos trabalhadores informais.
Seriam financiamentos de pequeno valor, para auxiliar o público do antigo Auxílio Emergencial. O Sebrae também deve contribuir com o pacote de crédito, com uma carteira de R$ 600 milhões no Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que serve de garantia em empréstimos bancários para o segmento.