Direitos do Trabalhador

Limite de gasto com auxílio emergencial entra na mira na Câmara

Deputados receberam carta afirmando que há, atualmente, 84 milhões de brasileiros com algum grau de insegurança alimentar

Semana passada, o Senado Federal estabeleceu o limite de R$ 44 bilhões para o pagamento do auxílio emergencial. Mas esse valor está na mira de organizações da sociedade civil e de alguns parlamentares. Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil, já há um movimento para tentar derrubar esse limite. Isso poderia ser feito durante votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados.

A equipe econômica do governo defende que esse limite foi importante para evitar um “cheque em branco” ao Congresso Nacional, principalmente agora que as contas públicas estão frágeis. Em 2020, o governo federal fez o pagamento de R$ 293,1 bilhões para famílias vulneráveis. Esse valor impactou sobre a dívida pública.

Mauro Benevides, deputado do PDT-CE, afirma que o montante de R$ 44 bilhões não é um teto para pagamento do programa. Ele afirmou que o texto da PEC Emergencial abre caminho para a nova rodada de pagamento do auxílio, com o valor que pode ficar de fora das regras fiscais. Entretanto, segundo ele, não há nada que impeça o Congresso de destinar mais dinheiro ao programa, respeitando as regras orçamentárias normais.

“Não existe essa história de limite, essa trava de R$ 44 bilhões. Esse é o dinheiro que está autorizado a tirar do teto. A MP, se a Câmara quiser mudar, pode dizer que é R$ 60 bilhões (para o auxílio emergencial). Obviamente, que vamos ter de encontrar R$ 16 bilhões lá no teto de gastos”, afirmou o deputado.

As organizações desejam que o limite de R$ 44 bilhões seja retirado. Deputados receberam carta afirmando que há, atualmente, 84 milhões de brasileiros com algum grau de insegurança alimentar. Levando em conta esse limite de R$ 44 bilhões, a versão mais recente prevê que os trabalhadores podem receber quatro parcelas de R$ 150 a R$ 375.