Os juros do rotativo do cartão de crédito tiveram uma queda, indo de 455,1% ao ano em maio para 437,3% em junho. As informações foram dadas pelo Banco Central nesta quinta-feira (27), através das Estatísticas Monetárias e de Crédito.
No entanto, apesar dessa redução, os juros do rotativo do cartão de crédito ainda estão muito altos, com relação a série histórica. No ano passado, essa taxa era de 370,4% ao ano, o que representa uma diferença de 66,9 pontos percentuais.
Essa taxa de juros é a mais alta do mercado financeiro, fazendo com que a dívida aumente muito rapidamente. No entanto, muitos brasileiros recorrem ao rotativo do cartão de crédito quando não conseguem pagar a fatura completamente, pagando o mínimo, o que gera juros sobre juros.
Devido aos juros muito altos, o Ministério da Fazenda vem tentando chegar em um acordo com os bancos para que haja uma redução. Para isso, o chefe da pasta, Fernando Haddad, vem se reunindo com banqueiros para tentar achar uma alternativa.
Nas negociações sobre a redução dos juros do crédito rotativo, uma das propostas do setor financeiro foi de acabar com a possibilidade de parcelamento sem juros. No entanto, o Ministério da Fazenda não aceitou essa proposta. Além disso, integrantes da pasta também recusaram a ideia de tabelamento dos juros.
Segundo Fernando Haddad, ministro da Fazenda, a redução dos juros do rotativo do cartão de crédito está entre as prioridades do Ministério. No entanto, na visão dos especialistas do mercado financeiro, esta é uma questão muito difícil de ser resolvida, e o governo está longe de chegar em um acordo com os bancos. Isso porque o mercado é muito complexo, contando com diferentes instituições envolvidas, como bancos, credenciadores e lojistas.
Uma outra solução que foi proposta durante as reuniões, com intuito de diminuir a inadimplência nos cartões de crédito, foi de ampliar o acesso à informação por parte da população, com relação aos riscos de entrar em uma modalidade de crédito com juros altíssimos. Essa medida pode ser feita através de campanhas informativas.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), é de sua prioridade, e de seus bancos, reduzir o custo de crédito. Para isso, a federação julga necessário compreender e atacar as causas dos altos juros do rotativo do cartão de crédito. Além disso, a federação afirma que não se deve tomar práticas artificiais, as quais não levam em conta os custos do setor e as especificidades de cada produto.
Antes da leve redução nos juros rotativos do cartão de crédito, que fecharam junho em 437,3% ao ano, a modalidade havia atingido a maior taxa desde 2017, chegando a 455,1% ao ano.
Com isso, governo e os bancos estão tentando chegar em um acordo para reduzir essa taxa, que se tornou a maior do mercado financeiro. Sendo assim, o Banco Central vem participando das negociações, aproveitando o momento de lançamento do programa Desenrola Brasil, o qual permite que os consumidores renegociem suas dívidas com benefícios.
O governo também teve que negociar para que certos bancos participassem do Desenrola Brasil. No entanto, as instituições financeiras estão resistindo às negociações com intuito de baixar o juros do rotativo do cartão de crédito.