De acordo com a pesquisa Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central do Brasil divulgada hoje (26), as taxas de juros dos empréstimos bancários subiram no mês de outubro. Nesse período, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 13,2 trilhões, ou seja, 155,8% do PIB, aumentando 0,8% no mês.
A pesquisa ainda constatou que a dívida externa cresceu 3,5% por conta da depreciação cambial de 3,74% no mês. Na nota à imprensa, o Banco Central informou que os empréstimos e financiamentos e os títulos de dívida variaram 1,3% e -0,9% respectivamente. Já na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 13,5%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do SFN e dos títulos públicos.
Segundo o Banco Central, o crédito ampliado contratado por empresas do mês de outubro atingiu R$ 4,6 trilhões, representando 54,8% do PIB com uma alta de 2,6% no mês. Ademais, os empréstimos externos aumentaram 3,2% por conta da depreciação cambial e o estoque de títulos cresceu 4,7%.
Em nota, o Banco Central informou que em comparação ao mês de outubro de 2021 houve uma variação de 9,8% no crédito ampliado a empresas. Essa variação refletiu principalmente no aumento de 31,5% em títulos e 12,0% na carteira de empréstimos e financiamentos do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Além disso, o crédito ampliado às famílias atingiu R$ 2,8 trilhões, valor equivalente a 33,3% do PIB, com um crescimento de 1,8% no mês e 18,9% em doze meses. Esse crescimento tem relação com empréstimos e financiamentos do SFN.
Segundo o Banco Central, a inadimplência total permaneceu estável durante outubro de 2021, em 2,3%. O crédito livre registrou estabilidade de 3,0% do total da carteira. Já as operações direcionadas à inadimplência registraram uma redução de 0,1 p.p ao atingir 1,2%.
A estabilidade na taxa de inadimplência no país é um importante fator a ser considerado, visto que o gasto com juros é o segundo maior responsável pelas despesas da população, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Apesar da estabilidade, a necessidade de reaver a cobrança de juros no país é essencial. “O crédito no Brasil impõe um custo elevado tanto para os lares como para as empresas, retirando da sociedade quase 8% do PIB semestral, a título de pagamento de juros. Os valores historicamente altos no País são consequência direta do desequilíbrio das contas públicas, geradoras de déficits anuais expressivos que inflam uma dívida crescente e gigantesca a ser financiada diariamente no mercado, com taxas mais caras pelo risco de descontrole” disse a FecomercioSP em nota no início de novembro.
É importante saber que a alta dos juros bancários ocorre quando há um aumento na taxa básica de juros (Taxa Selic). A taxa básica de juros é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e atualmente está definida em 2,75% ao ano.
O Comitê de Política Monetária aumenta a taxa básica de juros a fim de conter a inflação no país. Essa alteração acaba interferindo nos preços, visto que juros mais altos acabam encarecendo o crédito e estimulando a poupança.