A busca por empréstimos sempre é muito elevada no Brasil. Diversas pessoas recorrem ao crédito para pagar dívidas ou complementar a renda familiar. Para muitas pessoas, essa é uma grande solução para os problemas financeiros, pelo menos no curto prazo. O problema é que nem sempre a população fica atenta para os riscos envolvendo toda a operação, principalmente em relação aos juros.
Em resumo, existem diversas linhas de crédito disponíveis no país, com algumas delas apresentando juros mais reduzidos, enquanto outras têm taxas bastante elevadas. Por isso, o consumidor precisa ficar atento a todas as condições oferecidas por cada modalidade.
De acordo com especialistas, os brasileiros devem passar longe de uma linha específica, porque ela é a mais cara do mercado. Trata-se do cartão de crédito rotativo, que é muito procurada pelos consumidores no Brasil.
Em julho deste ano, os juros da modalidade voltaram a crescer no país, segundo o Banco Central (BC). Confira as taxas registradas nos últimos meses:
Em suma, os juros rotativos do cartão de crédito atingiram em maio o nível mais elevado desde março de 2017 (490% ao ano), ou seja, em mais de seis anos. Embora o dado mais recente divulgado pelo BC indique que a taxa não esteja mais tão elevada quanto em maio, o patamar segue muito alto no país.
Contudo, mesmo com uma taxa bastante expressiva de juros, a população continua contratando o rotativo do cartão. O BC revelou que, no ano passado, as concessões de empréstimo pelo cartão de crédito rotativo para pessoas físicas bateram recorde no país, totalizando R$ 341,48 bilhões.
Em síntese, o rotativo do cartão de crédito é a linha pré-aprovada no cartão. Apesar de ser a linha de crédito mais cara do mercado, sua procura sempre se mostra bem elevada porque o crédito pode ser contratado por pessoas que não têm condições de pagar o valor total da fatura na data do vencimento.
Assim, o consumidor tem a possibilidade de pagar a fatura em dia, contando com o empréstimo. Apesar de parecer positiva, a linha de crédito pode causar ainda mais dor de cabeça aos consumidores devido aos juros mais altos do mercado.
As pessoas que contratam essa linha de crédito ainda podem fazer saques na função crédito do meio de pagamento. Em outras palavras, as vantagens oferecidas são bastante atraentes, mas os consumidores devem recorrer a alternativas com juros menores, que irão afetar de maneira menos intensa a renda familiar.
Vale destacar que, em caso de inadimplência do cliente, ou seja, quando a pessoa não paga a dívida, o banco deverá parcelar o saldo devedor. Além disso, a entidade financeira também poderá oferecer outra maneira para que o cliente quite a dívida, com condições mais vantajosas, no prazo de 30 dias.
De acordo com o BC, o endividamento das famílias cresceu 0,2 ponto percentual em agosto, para 48,0%. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, o endividamento caiu 1,7 ponto.
Esse dado mostra que o avanço mensal não foi muito expressivo, mas liga o sinal de alerta em relação ao nível de endividamento no país. É importante analisar os próximos dados para entender se haverá uma trajetória de alta do indicador.
Por outro lado, a queda no endividamento em relação a 2022 é um sinal de juros mais amenos no país. Isso porque, quanto mais elevados os juros estiverem, mais difícil para as pessoas conseguirem honrar seus compromissos financeiros.
Como o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juro da economia, a Selic, nos últimos meses, a expectativa é que o endividamento continue caindo gradativamente no país.
Embora o endividamento tenha avançado em agosto, o comprometimento da renda recuou no mês. O BC revelou que 27,5% da renda total das famílias estavam comprometidos com dívidas em agosto, queda de 0,1 ponto percentual em relação a julho.
A propósito, o endividamento das famílias é obtido através da relação entre a renda bruta anual, que é calculada pelo Banco Central, e o saldo das operações de crédito.
Por fim, o BC ainda informou que o endividamento das famílias recua, principalmente, devido a dois fatores:
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Coelho, a redução do endividamento em junho aconteceu graças ao crescimento da renda da população brasileira.