Direitos do Trabalhador

Jornal dos EUA critica Auxílio Emergencial do Brasil: “mostrou lacuna”

De acordo com uma publicação do jornal The Washington Post o Auxílio brasileiro "revelou uma lacuna" no país de Bolsonaro

O jornal norte-americano The Washington Post, publicou uma matéria que cita o Auxílio Emergencial do Governo do Brasil. Na matéria, o jornal diz que o projeto do país acabou revelando uma lacuna de pessoas que precisam da ajuda do poder do estado não só agora na pandemia.

Na verdade, a matéria faz uma análise de um programa de transferência de renda da pequena cidade de Stockton, na Califórnia. Essa cidade paga uma espécie de auxílio para as pessoas em situação de vulnerabilidade. E foi aí que o jornal decidiu citar o exemplo do Brasil.

Entre outras coisas, a publicação diz que o Brasil é um país que discute a transferência de renda há mais de 20 anos. Entretanto, ainda de acordo com o jornal, o país não conseguiu colocar em prática nenhum programa que atingisse todos ou pelo menos uma grande maioria dos vulneráveis por aqui.

A publicação define como uma “ironia” o fato de o país ter colocado em prática essa renda só no período da pandemia. Eles dizem que o Brasil precisou passar por um período pandêmico para tirar o auxílio do papel em um tempo recorde.

Eles não chegam a citar diretamente o Presidente Jair Bolsonaro, mas destacam que o programa acabou saindo no Governo de “um populista de direita. O jornal ironiza porque normalmente as políticas de transferência de renda acontecem em governos de esquerda, tanto no Brasil como no mundo.

Auxílio

Em 2020, quando a pandemia do novo coronavírus chegou por aqui, o Governo Federal pagou o Auxílio Emergencial para quase 70 milhões de pessoas. Isso quer dizer que quase 70 milhões de brasileiros receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado.

Naquela situação, o Auxílio começou com pagamentos de R$ 600 com as mães solteiras ganhando R$ 1200. A partir de setembro, o Governo aplicou uma baixa no valor e ele foi para os R$ 300 com as mães solteiras ganhando R$ 600. Em dezembro, no entanto, o Auxílio acabou.

E acabou porque o período de calamidade pública que o Congresso instituiu também acabou em dezembro. Por medo de ultrapassar o teto de gastos, o Governo acabou suspendendo os pagamentos. Depois de muita pressão popular e da Câmara dos Deputados, o Governo retomou esses repasses.

Jornal

No texto do The Washington Post, eles dizem que o Brasil revelou sua lacuna justamente no momento em que os pagamentos acabaram no final de dezembro. Usando dados de fontes brasileiras, o jornal diz que o país voltou a ter um número recorde de pobreza.

Antes mesmo da publicação desta matéria, o Governo vinha dizendo que sabia dessa situação. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil vai ter que criar um programa social mais abrangente e contínuo para atender mais pessoas do que o Bolsa família atende hoje.

Dentro do Governo, aliás, algumas pessoas não querem a criação de um projeto novo, e sim um fortalecimento do Bolsa Família. De uma forma ou de outra, o fato mesmo é que o Governo quer que esse novo formato de programa esteja pronto no mês de agosto, ou seja, os pagamentos começariam logo depois do fim do Auxílio Emergencial.