O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,33% em novembro. O resultado indica aceleração da taxa em relação a outubro, quando a prévia havia subido 0,21%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, os consumidores tiveram que gastar um pouco mais em novembro para continuar com os mesmos hábitos de consumo, até porque a inflação subiu mais que em outubro.
Também vale destacar que o IPCA-15 veio levemente acima do esperado. A saber, a mediana das projeções dos analistas indicava uma variação de 0,30%, mas a prévia da inflação veio levemente acima dessa taxa (0,33%).
Cabe salientar que o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“, segundo o IBGE.
Com o acréscimo do resultado de novembro, o IPCA-15 passou a acumular uma alta de 4,30% em 2023, acima da taxa observada em outubro (3,96%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação no Brasil desacelerou de 5,05%, em setembro, para 4,84%. A propósito, inflação se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.
Com a desaceleração registrada no acumulado anual, o IPCA-15 voltou a se aproximar da meta central definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação do Brasil em 2023, de 3,25%, apesar de seguir distante desta. No entanto, a taxa segue acima do limite de 1,5 ponto percentual definido pelo CMN.
Em resumo, a inflação pode variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo em relação à meta central definida. Mesmo que isso aconteça, a inflação ainda vai cumprir a meta estabelecida.
Em outras palavras, a taxa inflacionária no Brasil poderá chegar até 4,75% em 2023 que não irá estourar a meta definida pelo CMN. Valores acima dessa marca representam estouro da inflação, e isso deverá acontecer, caso a inflação acelere em dezembro.
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em novembro, puxando a inflação do Brasil para cima.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram:
De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas voltou a exercer o maior impacto positivo no IPCA-15, de 0,17 ponto percentual (p.p.). Inclusive, a influência foi bem diferente do observado em outubro, quando o grupo impactou a inflação em -0,07 p.p., maior influência negativa daquele mês.
O avanço foi influenciado pela alimentação no domicílio, cujos preços subiram 1,06%, após cinco meses consecutivos de queda. Veja abaixo os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em outubro:
Por outro lado, os brasileiros se beneficiaram com a queda nos valores do feijão-carioca (-4,25%) e do leite longa vida (-1,91%). Entretanto, os recuos não foram suficientes para impedir a alta dos preços do grupo no mês. Ainda mais porque a alimentação fora do domicílio também subiu em novembro (0,22%), variação semelhante a de outubro (0,21%).
Embora o grupo alimentação e bebidas tenha apresentado uma taxa expressiva, os sete grupos pesquisados que também registraram aumento nos preços em novembro exerceram influências individuais muito tímidas.
Os impactos variaram entre 0,0 e 0,5 ponto percentual e, juntos, os sete grupos impactaram o IPCA-15 também em 0,17 p.p., ou seja, exerceram uma influência idêntica ao grupo de alimentação e bebidas.
Vale destacar que a única exceção em novembro foi o grupo comunicação, cujos preços caíram 0,22%, impactando a prévia da inflação em -0,01 p.p.
Neste mês, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços na maioria dos locais pesquisados pelo IBGE. Aliás, a taxa acelerou porque nove dos 11 locais pesquisados registraram preços mais elevados de produtos e serviços, número superior ao de outubro, quando os preços subiram em oito locais.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de agosto nos locais pesquisados pelo IBGE:
“Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em novembro. A maior variação foi registrada em Brasília (0,61%), por conta das altas da passagem aérea (13,47%) e da energia elétrica (6,70%). Já o menor resultado ocorreu em Salvador (-0,12%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-4,00%)“, explicou o IBGE.