Economia

Investidores minimizam preocupações e Ibovespa SOBE nesta terça-feira (28/11)

O Ibovespa subiu novamente nesta terça-feira (28), refletindo o bom momento que o mercado acionário vem passando no país. Embora os dados econômicos do Brasil divulgados hoje não tenham sido tão positivos quanto o esperado, os investidores optaram por focar nas boas notícias, deixando as incertezas de lado.

Em resumo, o Ibovespa subiu 0,64%, a 126.538 pontos. O indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, subiu nas últimas quatro semanas e vem apresentando um desempenho muito forte neste mês.

Em novembro, o Ibovespa acumula ganhos impressionantes de 11,84% graças aos avanços expressivos registrados em boa parte dos pregões. Neste mês, houve apenas cinco sessões no vermelho, mas as quedas foram tão leves que não afetaram os ganhos acumulados.

Por outro lado, o índice avançou em 13 pregões, com altas bastante expressivas, que estão mantendo os ganhos superiores a 11%, algo que não foi visto em nenhum mês deste ano. Em 2023, o indicador reserva ganhos de 15,31%.

Dados econômicos do Brasil ficam no radar do mercado

Nesta terça-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,33% em novembro, taxa superior a de outubro (0,21%). A saber, o IPCA-15 e considerado a prévia da inflação do Brasil.

O dado não foi muito positivo, já que os investidores torcem pela desaceleração da inflação no país. Em resumo, o avanço da taxa inflacionária pode pressionar o Banco Central (BC) a reduzir os cortes.

Aliás, a taxa inflacionária veio mais forte que o esperado pelo mercado (0,30%), causando certa apreensão imediata entre os investidores. Contudo, com o passar do tempo, o mercado se acalmou, pois o chamado “núcleo da inflação” continua bem controlado.

O dia também ficou marcado pela divulgação dos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em suma, o Brasil criou 190,4 mil vagas formais de emprego em outubro, número 18,8% maior que o registrado no mesmo mês de 2022 (160,3 mil vagas).

O Ministério do Trabalho também revelou que o Brasil criou 1,78 milhão de vagas formais de emprego nos dez primeiros meses de 2023. O número ficou 23,7% menor que o registrado no mesmo período de 2022 (2,34 milhões).

Entre os setores econômicos, o grande destaque ficou com o setor de serviços, que respondeu por 57,7% do total de vagas criadas no país em outubro. Já entre as regiões brasileiras, o Sudeste criou 96,6 mil postos de trabalho (50,7% do total).

Dados econômicos do Brasil preocupam, mas não derrubam Ibovespa. Imagem: Reprodução/Modalmais.

Ibovespa sobe com bons ventos vindos dos EUA

Na sessão de hoje (28), as atenções também se voltaram para os Estados Unidos. Em síntese, Christopher Waller, o diretor do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, disse que qualquer redução dos juros no país não teria “nada a ver com a tentativa de salvar a economia ou a recessão”.

De acordo com ele, um eventual corte na taxa de juros acontecerá com o objetivo de impedir que a política monetária dos EUA fique excessivamente contracionista, ainda mais com a desaceleração da inflação no país.

“Se observarmos que a desinflação continua por mais alguns meses — não sei quanto tempo pode ser, três meses, quatro meses, cinco meses — você poderia então começar a reduzir a taxa básica só porque a inflação está mais baixa”, disse Waller ao think tank American Enterprise Institute.

Ainda assim, o diretor do Fed ressaltou que a taxa inflacionária nos EUA continua muito elevada. Portanto, ele afirmou que “é muito cedo para dizer se a desaceleração será sustentada”. Ao mesmo tempo, “há uma incerteza significativa sobre o ritmo da atividade futura”, que torna a situação ainda mais incerta, segundo ele.

De todo modo, o mercado entendeu a sinalização de um possível corte dos juros nos EUA nos próximos meses. Isso ajudou a impulsionar o Ibovespa na sessão, apesar da apreensão trazida com os dados econômicos brasileiros.

62 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão

Na sessão de hoje (28), 62 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, impulsionando o indicador e refletindo o otimismo mais comedido dos investidores. Em contrapartida, 22 papeis caíram no dia, enquanto dois se mantiveram estáveis.

A saber, as duas principais empresas listadas no Ibovespa são a mineradora Vale e a Petrobras, que respondem por cerca de 15% e 12% da carteira, respectivamente. As variações registradas por estas empresas exercem bem mais impacto no indicador do que as demais. Por isso que elas têm uma importância tão elevada assim.

No caso da Vale, os papeis tiveram uma leve alta no dia (0,22%), ajudando um pouco o Ibovespa. Contudo, foram os papeis da Petrobras que impulsionaram o indicador, uma vez que suas variações foram bem mais expressivas. Em suma, os preferenciais (PN) subiram 1,51% e os ordinários (ON) avançaram 0,93%.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões na sessão, 7% abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 18,3 bilhões). Em novembro, o indicador está com uma média diária de R$ 18,9 bilhões, terceiro maior montante de 2023, atrás apenas das médias diárias de junho (21,1 bilhões) e maio (R$ 19,3 bilhões).

Veja as maiores altas e quedas desta terça-feira (28)

Na sessão de hoje (28), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:

  1. Marfrig ON: 6,77%;
  2. MRV ON: 5,41%;
  3. Lojas Renner ON: 3,90%;
  4. SLC Agrícola ON: 3,31%;
  5. Eztec ON: 3,20%.

Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram:

  1. Eneva ON: -3,06%;
  2. Magazine Luiza ON: -2,55%;
  3. Grupo Soma ON: -2,29%;
  4. Embraer ON: -1,73%;
  5. Yduqs ON: -1,46%.

Por fim, os papeis ordinários (ON) dão direito a votos em assembleias, algo que não acontece com os preferenciais (PN). Estes têm preferência por dividendos.