A rápida evolução da tecnologia, em particular a Inteligência Artificial (IA), tem sido um tópico de crescente preocupação entre especialistas e líderes empresariais.
Recentemente, um estudo conduzido pela Universidade de Harvard e a plataforma de educação online edX revelou dados alarmantes: quase metade das habilidades profissionais atuais se tornarão obsoletas em apenas dois anos devido ao avanço da IA.
A pesquisa, conduzida pela edX, uma plataforma de ensino online fundada por Harvard e MIT, aponta que 49% das competências da força de trabalho atual estarão obsoletas em um curto período de dois anos, devido aos avanços contínuos da inteligência artificial.
Além disso, a pesquisa revela que cerca de 47% dos entrevistados acreditam que os profissionais não estão adequadamente preparados para enfrentar as mudanças que se aproximam no mercado de trabalho.
A velocidade com que essas mudanças estão ocorrendo é surpreendente. Desse modo, executivos que participaram do estudo estimam que, nos próximos cinco anos, mais da metade (56%) das funções de profissionais de nível inicial serão substituídas pela IA.
E, talvez ainda mais preocupante, 79% dos executivos preveem que os empregos atuais dessas pessoas simplesmente deixarão de existir à medida que a IA criar novas oportunidades no mercado de trabalho.
Contudo, a transformação não se limita aos trabalhadores de nível inicial. Isso porque cerca de 56% dos profissionais em cargos de gestão afirmam que suas próprias funções serão “totalmente” ou “parcialmente” substituídas pela Inteligência Artificial.
No entanto, algumas vozes otimistas se destacam. Richard Jeffs, vice-presidente executivo e gerente geral da empresa global de TI HCL Software, acredita que o impacto imediato da IA nas carreiras será mínimo.
Em suma, em entrevista à Forbes, ele argumenta que muitas empresas ainda estão nos estágios iniciais de adoção da IA. Jeffs prevê que o impacto real será mais significativo a longo prazo, à medida que a IA amadurece nas organizações.
Embora a IA já esteja reconfigurando empregos e perspectivas de carreira, seu impacto no trabalho não se limita à simples substituição de humanos por tecnologia.
Prever quando e onde essas mudanças ocorrerão é um desafio, conforme aponta Frederico Braga, líder da área digital da biofarmacêutica suíça Debiopharm. A adaptação será necessária para os profissionais que lidam com atividades digitais.
Segundo o presidente de uma plataforma de gerenciamento de dados em nuvem, em vez de reavaliar as competências fundamentais, os profissionais podem direcionar seus esforços para utilizar ferramentas e tecnologias de IA com o objetivo de aprimorar suas habilidades existentes.
Desse modo, ele está confiante de que a maioria das implementações eficazes de inteligência artificial irão potencializar as capacidades humanas, em vez de meramente substituí-las.
Assim, os seres humanos continuarão desempenhando um papel fundamental na definição de problemas, análise e identificação de padrões antes de buscar soluções algorítmicas.
Os resultados do estudo da edX destacam que até os líderes corporativos estão inquietos com a potencial automatização de suas próprias responsabilidades. Visto que cerca de 47% dos executivos de alto escalão acreditam que a maioria ou todas as tarefas dos CEOs poderiam ser automatizadas ou substituídas pela IA, uma visão compartilhada por 49% dos próprios CEOs.
Conforme a inteligência artificial continua a evoluir, competências como o pensamento crítico, a lógica inteligente, as habilidades de interação interpessoal e intrapessoal, juntamente com a habilidade de planejamento estruturado e organização, ganham crescente importância.
Por outro lado, tarefas repetitivas, análise e interpretação de dados, e a geração de conteúdo se tornam menos exigidas à medida que a IA se integra nas atividades cotidianas de trabalho.