Dados divulgados nesta semana pelo Instituto de Ensino Superior Privado (Semesp) revelam que o impacto do novo coronavírus no setor aumentou a inadimplência para 72,4% em abril, em comparação ao mesmo mês de 2019. A taxa fechou em 26,3% contra os 15,3% registrados no ano passado.
O levantamento foi realizado com base em uma amostra de 146 instituições brasileiras de pequeno e médio porte (com menos de 7 mil estudantes) e de grande porte (com mais de 7 mil). As instituições de ensino superior de grande porte foram as que mais sofreram com a alta de inadimplência, registrando um percentual de 29,5% em relação aos 25,2% dos estabelecimentos de pequeno e médio porte.
Outro dado que o estudo levantou foi a taxa de evasão, que analisa o percentual de estudantes que desistiram do curso ou trancaram a matrícula. No mês de abril, a taxa aumentou 32,5% em um ano. Para o instituto, esse número alcançou principalmente os cursos presenciais, que durante a pandemia ficaram impossibilitados de continuarem.
No ensino a distância, a taxa de evasão permaneceu estável, registrando 1,1%, o mesmo percentual de abril do ano passado. A instituição prevê que a inadimplência passe para 15% ao longo de 90 dias por conta da pandemia.
Para evitar a taxa de evasão e a inadimplência, muitas instituições de ensino optaram por oferecer descontos no valor da mensalidade. Porém, o Semesp avalia que uma das saídas para o abandono dos estudantes é o investimento no Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies e o aumento dos recursos próprios de financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
*Com informações da Agência Brasil