Economia

INPC: inflação para as famílias de baixa renda SOBE 0,20% em agosto

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,20% em agosto, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, em relação a julho.

O avanço sucede duas quedas consecutivas do INPC, registradas em junho (-0,10%) e julho (-0,09%). Nestes meses, a queda dos preços animou os brasileiros, mas isso não aconteceu em agosto. Ainda assim, o avanço registrado foi bem leve e não deve ter sido sentido pelos consumidores.

Seja como for, com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 4,06% nos últimos 12 meses, acima dos 3,53% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Você sabe o que é INPC?

Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.

Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.

Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.

Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.

INPC: inflação para as famílias de baixa volta a subir no país, após duas quedas. Imagem: Pixabay.

Inflação sobe em 14 dos 16 locais pesquisados

No mês passado, o INPC subiu em 14 dos 16 locais pesquisados, refletindo a disseminação das altas. Apenas dois locais registraram queda dos preços em agosto, na comparação com julho, aliviando um pouco o bolso dos consumidores.

Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em agosto:

  • Belém: 0,74%;
  • Fortaleza: 0,59%;
  • Brasília: 0,55%;
  • Rio Branco: 0,42%;
  • São Luís: 0,38%;
  • Aracaju: 0,32%;
  • Vitória: 0,32%;
  • Curitiba: 0,30%;
  • Porto Alegre: 0,24%;
  • Salvador: 0,18%;
  • São Paulo: 0,18%;
  • Recife: 0,16%;
  • Campo Grande: 0,13%;
  • Goiânia: 0,08%;
  • Rio Janeiro: -0,07%;
  • Belo Horizonte: -0,24%.

Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu na maioria dos locais pesquisados, e isso impulsionou a taxa nacional, retirando-a do campo negativo que se encontrava em julho.

No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, todos os locais continuaram com taxas positivas. Os números mais elevados foram registrados em: Belém (5,48%), Aracaju (4,85%), Rio Branco (4,82%) e Fortaleza (4,72%). Já as menores variações ocorreram no Rio de Janeiro (2,57%), em São Luís (3,35%) e Campo Grande (3,47%).

Veja os destaques de agosto

Em agosto, a taxa do INPC ficou mais elevada no Belém devido a forte alta de 8,82% registrada no preço da energia elétrica. De modo diferente, Belo Horizonte teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido às quedas nos preços do ônibus urbano (-9,09%) e do frango em pedaço (-7,15%).

O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios caíram 0,91% em agosto, após queda de 0,59% no mês anterior. Já os produtos não alimentícios subiram 0,56%, bem acima da variação observada em julho (0,07%).

Cada local possui um peso no INPC

Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.

Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.

INPC x IPCA

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.

De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.

Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.