Influência do alfabeto grego na ciência e na comunicação

Composto por símbolos que deram origem a outros alfabetos

O alfabeto grego é um dialeto antigo, que pertence ao grupo indo-europeu e contribuiu para a origem de outros alfabetos. Surgiu há milênios de anos antes de Cristo e desde a sua criação até a formação moderna passou por diversas transformações. Esse alfabeto é usado como base para o tsacônio e grego moderno. Atualmente, é composto por 24 letras.

No período colegial, é comum encontrar nas fórmulas de física e matemática referências aos símbolos Pi, delta, gama, sigma e ômega. Tratam-se de letras do alfabeto grego que são usadas para além da linguagem.

História do alfabeto grego

No século antes de cristo (a.C.) existia um dialeto que era popular entre os povos primitivos localizados na região da Ásia. Quando eles chegaram na Península Balcânica trouxeram consigo culturas que possibilitaram a formação de novas formas de comunicação.

A linguagem primária que deu origem às variações do dialeto grego foi o silabário Linear B ou proto-grego, que foi usada até o declínio da Civilização Micênica. O alfabeto grego desenvolveu-se por volta do século IX a.C. e passou por diversas fases históricas até chegar à formação usada nos dias de hoje. A partir dele originaram-se outros alfabetos como o gótico, glagolítico, cirílico, copto, armênio, etrusco e latino.

Por volta de 600 a.C. houve uma forte influência da escrita grega sobre a literatura com predominância do dialeto ático, da linguagem dos jônicos. Pensadores famosos dessa época como Sócrates, Platão e Ésquilo fizeram uso dessa referência grega. Essa linguagem ficou popular entre os povos que habitavam o Oriente Médio, mas foi com a helenização de Alexandre, o Grande que disseminou-se pelo império grego possibilitando o surgimento de uma nova era na escrita grega conhecido como período “koiné” ou helenístico.

A escrita grega sofreu várias mudanças durante a Idade Média, principalmente a partir do período helenístico, em que as letras do alfabeto grego passaram a ser acentuadas para facilitar a pronúncia, preservando os antigos desenhos. Do século III ao século VIII a Uncial, grafia particular dos alfabetos latino e grego, foi usada pelos amanuenses latinos e bizantinos com especial utilização nos títulos, capítulos ou seções de livros. Essa escrita caracterizava-se por ter letras grandes e arredondadas, mas desapareceu com a chegada da imprensa.

A linguagem do grego helenístico possuía muitas metáforas, mas mesmo assim era popular e acessível a todas as classes gregas. Essa linguagem foi utilizada no Novo Testamento. No entanto, caiu em desuso com o declínio do Império Greco-Romano, na época em que o acesso à literatura e às escolas tornou-se restrito à igreja e a alguns estudiosos.

No final do século XIX, após diversas mudanças no dialeto do povo grego, originaram-se mais duas variações: katharévousa, considerado um grego puro, e dimotikí, grego popular adotado como idioma oficial no ano de 1917. Atualmente, o grego moderno é a língua oficial dos gregos e possui as variações Katharévousa, Grego Demótico, Pôntico, Ievânico, Capadociano, Griko, Tsakoniano e Cretense.

Contribuição do alfabeto grego para as ciências exatas

É muito comum nas ciências exatas como Matemática, Física, Estatística, Astronomia e Engenharia aparecerem símbolos do alfabeto grego. A relação dos gregos com as ciências se dá pelo fato da civilização da Grécia Antiga ter grande importância no desenvolvimento científico.

As letras do alfabeto grego são representadas com significados diferentes em cada área. No entanto, uma letra pode apresentar significados diferentes a depender do contexto.

 

Exemplos de letras gregas na ciência:

– Alfa, beta e gama: nomes dos ângulos de um triângulo;

– Delta: usado na fórmula de Bhaskara;

– Épsilon: significa um pequeno valor positivo;

– Lambda: em Astronomia a letra lambda dá nome à constante cosmológica;

– Pi: representa a razão constante entre a circunferência e o diâmetro do círculo;

– Fi: é utilizado na Matemática, na Arquitetura e na Arte significa com significado de “razão de ouro”.

 

Letras do alfabeto grego

As letras do alfabeto grego tiveram forte influência dos fenícios. A principal diferença entre os dois alfabetos é que no grego há vogais enquanto o fenício caracteriza-se por ter somente consoantes. Outra diferença é que, além das letras, símbolos são usados para representar números utilizando algumas letras do alfabeto grego.

As variantes do alfabeto grego precederam os alfabetos etrusco e latino, este último deu origem ao alfabeto da Língua Portuguesa. Antigamente, era comum escrever em grego começando da esquerda para a direita, alternando os sentidos da escrita. Esse processo é conhecido por bustrofédon e não está mais em uso na escrita grega.

As letras Digama, Waw, Heta, Heth, San, Sade e Sho desapareceram do alfabeto grego, que ficou com 24 letras, sendo elas:

No alfabeto grego, as letras aparecem acompanhadas de um apóstrofe, indicando seu valor numérico. As nove primeiras letras do alfabeto correspondem a unidades, as nove seguintes indicam dezenas e as demais unidades equivalem às centenas.

 

Curiosidade: símbolo da Psicologia é uma letra do alfabeto grego

  • O símbolo da Psicologia é representado pela letra Psi, do alfabeto grego, acrescido do sufixo “que”. A partir da junção forma-se a palavra “psykhè”, cujo significado é “alma” ou espírito.
  • A representação gráfica desse símbolo é um tridente, considerado um símbolo mágico que pode ser interpretado como poder, força e universo.
  • A letra Psi representa o deus Poseidon (Senhor das Águas). Na mitologia grega, esse deus venceu os Titãs e dividiu o universo em três reinos, ficando com o domínio do mar.
  • Essa é a vigésima terceira letra do alfabeto grego e equivale a 700 no sistema numérico. Além da Psicologia, essa letra aplica-se à irrigação para representar o potencial hídrico.