Nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da inflação referente ao mês de abril. Os dados apontam um aumento de 0,31% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao passo que no mês de março este índice já havia subido 0,93% em relação a fevereiro.
Segundo o consenso Refinitiv, a alta na inflação está dentro do previsto de 0,30% para o mês em relação a março. Enquanto que, comparado com abril do ano de 2020, a alta foi de 6,76%, encontrando-se acima do teto de 5,25% estabelecido pelo governo.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov explicou que: “Há também o efeito das duas deflações que tivemos no ano passado, em abril e maio. Quando olhamos para os 12 meses, estamos tirando uma deflação de 2020 e adicionando uma variação positiva agora”
A principal razão para esse aumento da inflação está na alta nos preços do setor de saúde e beleza em 1,19%. Outro grande responsável por essa alta do setor são os produtos farmacêuticos que subiram 2,69% nesse último mês. Com isso, o aumento no preço desses produtos estabeleceu um impacto de 0,09 pontos percentuais no índice geral.
De acordo com Kislanov, “No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”. Os seguintes produtos tiveram os maiores índices de inflação nos preços:
Remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%);
Produtos de higiene pessoal (0,99%);
Perfumes (3,67%);
Artigos de maquiagem (3,07%)
Papel higiênico (2,90%);
Produtos para cabelo (1,21%).
O setor de transportes também foi destaque no índice da inflação deste mês, sua variação ficou -0,08%, ou seja, os preços do setor recuaram. Isso deve-se em grande parte pela queda nos preços dos combustíveis, que após 10 meses de altas seguidas, tiveram queda.
Enquanto isso, a gasolina teve 0,44% de queda em abril, o etanol atingiu um recuo de 4,93% nos preços.
Segundo o pesquisador, “Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final”. O cenário do etanol é parecido, pois, o produto atua como substituto da gasolina e assim seu preço regula-se com o preço deste combustível.
O grupo dos alimentos e bebidas teve uma inflação nos preços de 0,40% e tornou a alimentação em domicílio 0,47% mais cara. Os principais produtos responsáveis por essa alta, são:
Tomate (5,46%);
Leite (2,40%);
Frango (1,95%);
Carnes (1,01%).
De modo contrário, as frutas tiveram uma queda no preço de 5,21% e a alimentação fora de casa recuou 0,23%. Ao passo que, no setor habitação, o aumento foi menor em relação ao mês de março (0,81%).
Essa desaceleração, deve-se principalmente pela desaceleração no preço do botijão de gás, com alta de 1,15%, bem menor que em março de 4,98%. O recuo de 0,04% no preço da energia elétrica também ajudou para que a inflação no setor atingisse apenas 0,22% em abril.